Após ocupação de prédio, Reitoria da Ufrgs encerra diálogo com estudantes

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirmou através de nota, divulgada na manhã desta quinta-feira, que encerrou o diálogo com estudantes após os universitários vinculados a movimentos sociais ocuparem, nessa terça-feira, o prédio da Reitoria da universidade, no Campus Central, em Porto Alegre. O manifesto dos alunos é contra as mudanças adotadas pela UFRGS no sistema de autodeclaração de negros e indígenas para ingresso por meio de cotas.
Ainda durante a noite desta quarta-feira, o prédio da Reitoria da universidade foi ocupado por cerca de 50 pessoas que permanecem no local. Segundo organizadores do movimento, não há previsão de desocupação devido à falta de diálogo por parte da Reitoria. Os funcionários não possuem acesso ao prédio devido à ocupação.
No posicionamento, a UFRGS diz ainda que foi tomada de surpresa com a ocupação e afirma que o fato se deu durante a realização de uma reunião na qual participavam o reitor e membros da Administração Central, integrantes das Comissões de Autodeclaração e dos movimentos negros. A nota ressalta ainda que será mantida a implementação dos pontos firmados durante a reunião.
Entre os tópicos firmados no encontro está a reafirmação de que o elemento predominante na avaliações é o fenótipo do candidato e não dos avós, em qualquer instância da avaliação; o que a portaria 937 (que atualiza a portaria 800) faculta é que candidatos não homologados apresentem documentação comprobatória e adicional que julgarem relevante. Além disso, a UFRGS atende a demanda anteriormente apresentada pelos movimentos negros de aumentar o número de avaliadores nas comissões e incluir a representação discente. Fica definido que o reitor receberá um único parecer com recomendação da Comissão Recursal por candidato. E fica acordada a formação de um grupo de trabalho plural com o objetivo de aprimorar o processo de verificação da veracidade das autodeclarações raciais.
Diante da ocupação do prédio da Reitoria, a UFRGS resolveu também manter as avaliações, respeitando e aperfeiçoando os itens que foram acordados durante a reunião entre a Administração Central e representantes dos movimentos negros. Além disso, a universidade manifestou solidariedade aos servidores que tiveram a saída do prédio bloqueada no dia de ontem.
A Universidade também informou que as comissões Permanente e Recursal estão reunidas para, em conjunto, encaminhar os pontos acordados nas reuniões a fim de dar prosseguimento às aferições e, assim, garantir os direitos dos candidatos à matrícula na Universidade.