Seis universidades ligadas ao Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) decidiram não aderir ao Novo Fies em 2018. São elas: PUCRS, Unisinos, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Centro Universitário Franciscano de Santa Maria (Unifra) e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Com isso, novos estudantes não poderão aderir ao Programa de Financiamento Estudantil. Mas, de acordo com Evaldo Kuiava, 2º vice-presidente do Comung e reitor da UCS, alunos com contratos anteriores não serão prejudicados.
O principal entrave relacionado à adesão é o fato de que, pelas regras novas, o governo deixa de ser o garantidor de pagamento aos bancos das mensalidades em atraso. Com isso, as universidades devem ser as fiadoras, além de abrir mão de 40% do valor original da mensalidade.
O Novo Fies tem três modalidades: a primeira oferece vagas com juros zero para estudantes com renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos. Neste caso, o estudante paga as prestações dentro do limite de sua renda. Nas outras duas modalidades são beneficiados os estudantes com renda familiar de até cinco salários mínimos. Para Kuiava, a situação não beneficia as universidades, nem mesmo os estudantes.
“Nós avaliamos e temos um entendimento que a nova proposta não atende as expectativas das universidades ou alunos. Em primeiro lugar, as vagas a juro zero são muito restritas e a demanda é maior. Além disso, a universidade fica com todo ônus da inadimplência. O governo quer nos passar a responsabilidade desse custo”, justifica o reitor.
Segundo Kuiava, as instituições de ensino que aderiram ao financiamento possuem dívidas ligadas ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies) e uma das exigências é a participação em programas do governo.
Uma das alternativas para os estudantes são os créditos educativos oferecidos pelas próprias Universidades, conforme o reitor.