Um dia depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido condenado em segunda instância na Justiça, o PT formalizou o anúncio do nome ele como pré-candidato a presidente da República em 2018. A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, anunciou a candidatura na abertura da reunião do Diretório Nacional do partido, nesta quinta-feira.
A reunião vai contar com a participação de dois advogados, que vão falar sobre o julgamento dessa quarta-feira e sobre os próximos passos no processo jurídico de Lula. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Lula foi condenado em segunda instância pela turma de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Com isso, foi ampliada a pena estabelecida pelo juiz Sergio Moro, que havia condenado o petista em primeira instância a nove anos e meio de reclusão.
Apesar da Lei da Ficha Limpa prever que políticos condenados em segunda instância não podem ser candidatos, a decisão do TRF-4 não tira Lula da eleição automaticamente. Uma possível impugnação da candidatura do petista cabe somente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deve levar em conta o que prevê a Ficha Limpa na hora de analisar o caso do ex-presidente.
De acordo com o Estadão, Gleisi agradeceu o apoio recebido do PCdoB, PSol, PSB, PDT e PCO, e também ao senador Roberto Requião (MDB), além de movimentos sociais e sindicatos do Brasil e de outros países. “Desde 2014, não via mobilização tão grande da militância. É possível consolidação da centro-esquerda para enfrentar retrocesso.”
Já o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que o Plano B do partido para a eleição também é o ex-presidente Lula, mesmo após a condenação dele em segunda instância.