Considerado excelente, o resultado da safra passada não refletiu no bolso do produtor rural. No fim de 2017, os preços pagos ao produtor foram 11,54% menores na comparação com 2016, conforme o Índice de Inflação de Preços Recebidos (IIPR), divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul. O resultado é o pior da série histórica, que teve início em 2010. Apesar de ter colhido mais, a receita no campo registrou um impacto real de -7%.
A elevação de dezembro em relação a novembro de 2017 não bastou para amenizar o resultado. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, explica que o ano teve dois períodos diferentes. “Tivemos um primeiro momento que iniciou no ano anterior. Entre julho de 2016 até abril de 2017, os preços engataram dez meses consecutivos de queda e chegaram a acumular -18%. Justamente quando entrava a safra e a maior parte é comercializada. Isso significa que grande parte da produção de 2017 foi vendida por preços bem menores que em 2016”, compara.
Entre os piores resultados, a Farsul destacou os preços do milho (-22%), leite (-17%), soja (-7%) e boi gordo (-4%). Luz ressalta a situação de uma cultura em especial. “O arroz é o destaque mais negativo de todos. Ele já vive uma crise muito importante e não é por acaso, na comparação entre dezembro de 2016 e 2017 a diferença é de -24%. Isso comprova aquela máxima que repetimos ao longo de 2017, foi um ano de safra cheia, mas de bolso vazio”, comenta.