A defesa da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) entrou com recurso no Tribunal Regional da 2ª Região (TRF2), nesta quarta-feira, contra decisão que proíbe a posse dela como ministra do Trabalho. A medida foi tomada um dia após o vice-presidente da Corte, desembargador Guilherme Couto de Castro, rejeitar o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar que impede a deputada de assumir o cargo. A posse de Cristiane Brasil havia sido marcada para ontem.
O recurso no TRF2 foi distribuído para o desembargador Reis Friede, que está analisando o pedido.
A AGU também informou que recorrerá da decisão do desembargador Guilherme Couto de Castro.
Liminar
O juiz Leonardo da Costa Couceiro, titular em exercício da 4ª Vara Federal em Niterói, no Rio de Janeiro, concedeu liminar na segunda-feira suspendendo a eficácia do decreto que nomeou a deputada como ministra.
A liminar foi concedida em resposta a uma ação popular do Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes. A entidade diz que a nomeação de Cristiane Brasil “ofende a moralidade administrativa”. Segundo o movimento dos advogados, a deputada “praticou pessoalmente graves violações das leis trabalhistas, flagradas e comprovadas em, pelo menos, duas demandas judiciais”.
Depois que seu nome foi anunciado como ministra do Trabalho, surgiram informações de que Cristiane tem dívidas trabalhistas com ex-funcionários. Com base nos argumentos, o juiz decidiu, preliminarmente, que conceder a liminar sem ouvir os réus se justificaria “diante da gravidade dos fatos sob análise”. Ele destacou ter verificado “flagrante desrespeito à Constituição Federal no que se refere à moralidade administrativa”, quando se pretende nomear para o cargo de ministro do Trabalho “pessoa que já teria sido condenada em reclamações trabalhistas”.
Formada em Direito, a carioca Cristiane Brasil Francisco ingressou na carreira política em 2003 e exerceu três mandatos de vereadora da cidade do Rio de Janeiro. Em 2014, foi eleita deputada federal pelo estado.