O presidente licenciado do Partido Social Democrático (PSD) e Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que não há nenhum tipo de pressão de outros partidos aliados do governo de Michel Temer para escolha do nome do candidato à Presidência da República em 2018. A sigla já manifestou interesse em lançar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para concorrer ao cargo. A declaração foi dada em resposta à Rádio Guaíba durante entrevista realizada no programa Por Dentro do Governo, da NBR, na manhã desta quarta-feira.
Segundo Kassab, o que existe é uma realidade político-partidária, mas avalia que Meirelles está credenciado a ser um presidenciável devido ao trabalho realizado durante o mandato atual. “Não existe nenhuma pressão. O que existe é uma realidade político-partidária. Nós temos eleições e não há partido no Brasil que não queira ter uma candidatura própria a presidente da República. Nós temos filiado ao nosso partido o ministro da Fazenda que é respeitado por todos e faz um excelente trabalho. Tanto é que o governo do presidente Temer, junto com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem promovido a recuperação da nossa economia e, evidentemente, isso credencia o ministro Meirelles a ser considerado um presidenciável”, declara o ministro.
O ministro das Comunicações destacou que o partido vai definir entre os meses de fevereiro e março o nome do candidato, mas ressaltou a necessidade de se ter o menor número de candidatos na disputa. “Nós, do PSD, estamos dando todas as oportunidades para que seu trabalho e seu perfil tenha visibilidade. Na hora certa, no mês de fevereiro ou março, o partido vai definir se é o mais adequado. O ministro Meirelles tem o nosso respeito. Candidatura é algo muito sério e deve ser feita na hora certa. Eu, como todos filiados, ficarei muito feliz se for essa escolha. Mas sabemos que integramos um governo, nós temos um perfil que se encaixa no centro ideológico brasileiro e eu estou entre aqueles que defende a necessidade de que haja um esforço de ter o menor número de candidatos no centro da política brasileira”, afirma.
A movimentação na disputa por apoio político está agitada no Palácio do Planalto. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está atuando para minar a candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Antes aliado de Meirelles, agora, Maia procura se distinguir e buscar candidatura própria por seu partido.
Neutralidade da rede
A partir da aprovação da neutralidade de rede nos Estados Unidos, formato que permite as operadoras cobrar pacotes diferenciados para cada serviço, o assunto chegou à tona no Brasil e empresas demonstraram interesse em pressionar para que a mudança fosse adotada no país. O ministro Kassab afirmou, no entanto, que o governo é totalmente contra essa alteração. Além disso, destacou que o assunto já ganhou apoio do Congresso Nacional para a não tramitação.
“O governo e nós todos somos terminantemente contra a mudança. Nós somos a favor da neutralidade e contra esse pagamento adicional. Estamos deixando claro isso a todos que nos abordaram sobre isso. Junto ao Congresso Nacional nós já fizemos um esforço no sentido de paralisar qualquer ação no sentido contrário. Aliás, não precisou de muito esforço, pois nós identificamos em praticamente todos os parlamentares uma disposição em nos apoiar nessa decisão de manter as coisas como estão no Brasil. Isso é uma questão de justiça. O Brasil não está preparado para essa discussão e não é justo que essa decisão aconteça”, declara.
Em 2016, durante o governo de Dilma Rousseff, já havia sido assinado um decreto que proibia esse tipo de prática no Brasil.