A Coreia do Norte informou à Coreia do Sul nesta terça-feira (9) que reabriu uma de suas linhas de comunicação militar, durante a reunião de alto nível que os dois países promovem na militarizada fronteira que os separa, confirmou à Agência EFE o Ministério de Unificação de Seul.
Trata-se da linha destinada a comunicações militares na região em torno do Mar Amarelo (chamado de Mar do Oeste nas duas Coreias) e que, da mesma forma que as demais vias de comunicação entre os dois países, permanecia inutilizada há quase dois anos por decisão do Norte.
O Exército norte-coreano começará a utilizar de novo essa linha nesta quarta-feira, explicou a delegação do Norte à do Sul.
O regime norte-coreano decidiu deixar de utilizar essa e outras linhas de comunicação com o Sul em protesto pelo fechamento do complexo intercoreano de Kaesong, implementado por Seul como castigo pelo desenvolvimento armamentista do Norte.
A linha reativada recentemente servia, entre outras coisas, para que ps dois exércitos notificassem movimentos de pessoas e mercadorias em torno de Kaesong.
O Norte também decidiu começar a usar outra das linhas telefônicas situadas na aldeia de Panmunjom, na fronteira intercoreana, na semana passada, depois que Kim Jong-un, o líder norte-coreano, expressou em sua mensagem de Ano Novo o desejo de melhorar os laços com o Sul.
Por causa dessa predisposição, as duas Coreias, que tecnicamente continuam em guerra há mais de 65 anos, realizam hoje, em Panmunjom, sua primeira reunião de alto nível em mais de dois anos.
No encontro, o regime manifestou a intenção de enviar uma delegação composta por altos funcionários, atletas e torcedores aos Jogos Olímpicos de Inverno que ocorrerão a partir de 9 de fevereiro no condado sul-coreano de PyeongChang.
Por sua vez, o Sul propôs organizar conversas militares para reduzir a tensão entre as fronteiras e retomar as reuniões de famílias separadas pela guerra que os dois países travaram entre 1950 e 1953, embora o Norte não tenha se pronunciado a respeito.
Todos esses gestos contribuem para diminuir a tensão na península, depois de um ano marcado por contínuos testes de armas norte-coreanos e pelo tom beligerante das respostas dadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.