A política monetária é a estrela da semana econômica, com cinco bancos centrais realizando reuniões para decidir os rumos da taxa de juros em suas economias. Espera-se que quatro dos cinco mantenham as taxas nos patamares atuais, sendo a autoridade monetária brasileira a única dúvida: manutenção ou alta de 0,25 ponto percentual. Os indicadores econômicos terão mais uma semana de atenções divididas com eventos políticos e geopolíticos.
No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve colocar em pauta, na segunda-feira, 16, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que visa derrubar o decreto presidencial de alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Quanto à tramitação da Medida Provisória (MP) com medidas alternativas à alta do IOF, a expectativa é de uma semana esvaziada, em razão dos festejos juninos no Norte e Nordeste e das férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No exterior, a guerra tarifária promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pode ganhar novos capítulos, com ameaças de elevação das alíquotas sobre setores já afetados.
Os investidores estarão atentos à possibilidade de anúncio de algum acordo comercial, além de detalhes do que teria sido acertado com a China na semana anterior, em Londres, já que o prazo para a retomada das tarifas adicionais recíprocas é esperado para 9 de julho (e 12 de agosto para os chineses). Ainda nos EUA, os olhos estão voltados para o Congresso. Está em tramitação no Senado a nova política tributária de corte de impostos proposta por Trump. Também é importante mencionar que propostas de desregulação bancária podem chegar ao Legislativo americano.
CONFLITO PREOCUPA
E o mundo ganhou uma nova preocupação: o conflito entre Israel e Irã. A apreensão recai sobre a sustentação da alta dos preços do petróleo, embora a perspectiva atual seja de queda, diante do excesso de oferta na economia mundial. Em meio a esses panos de fundo local e internacional, a semana começa com a divulgação do IGP-10 de junho e o Boletim Focus no Brasil. O IBC-Br de abril, considerado uma prévia do PIB divulgada pelo Banco Central, é outro ponto de destaque e pode ser fundamental para a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (18).
Se vier abaixo do esperado, ganham força as apostas de manutenção da taxa Selic em 14,75%. Se vier acima, o Copom pode promover uma alta de 25 pontos-base. Já nos Estados Unidos, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed) mantenha os juros parados no intervalo entre 4,25% e 4,50%. Durante a manhã de terça-feira, 17, serão conhecidos os dados de vendas no varejo e produção industrial de maio nos EUA.
A Super Quarta de juros nos EUA e no Brasil começa com a inflação ao consumidor de maio da Zona do Euro no início da manhã. Um pouco mais tarde, os dados semanais do seguro-desemprego serão divulgados um dia antes do tradicional, devido ao feriado de quinta-feira nos EUA. À tarde, a Argentina apresenta os dados do resultado primário e das vendas no varejo.
As atenções estarão voltadas ao documento de projeções econômicas e à entrevista coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed. Os investidores avaliarão se os membros do comitê continuam a projetar dois cortes de juros no ano ou se haverá revisão na trajetória das taxas. No início da noite, é a vez do Copom brasileiro decidir a taxa Selic e sinalizar o que deve ocorrer com sua trajetória nas próximas reuniões.
Na quinta-feira de feriado no Brasil e nos EUA, o Banco da Inglaterra (BoE) deve manter a taxa de juros em 4,2% pela manhã. À tarde, a Argentina divulga os dados da balança comercial. À noite, será a vez da inflação de maio do Japão e da taxa de juros da China, que também tem expectativa de manutenção.