
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que o político teve bom desempenho no interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal), mas consideram que o resultado do julgamento contra ele e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado já está definido: Bolsonaro deve ser preso.
Caso a condenação se concretize, pessoas próximas consideram que a estratégia será pedir prisão domiciliar alegando motivos de saúde, a exemplo das complicações adquiridas por Bolsonaro após a facada na barriga, em 2018.
O entorno do ex-presidente se divide em duas vertentes. A primeira reproduz o discurso da vitória, que o ex-presidente repetiu em um dos intervalos das sessões dós interrogatórios: “Eu não tenho preparação para nada. Não tem por que me condenar. Estou com a consciência tranquila.”
Por outro lado, correligionários consideram a condenação como inevitável e criticam decisões gerais da Justiça. Ao R7, nomes próximos ao ex-presidente indicam que a corte deve condenar Bolsonaro, apesar de repetirem o discurso de que não há envolvimento ou materialidade de provas e que todo o processo não passaria de “perseguição política”.
“Eu não acredito em Justiça quando a vítima, o acusador e o juiz são a mesma pessoa. Para mim, a sentença já está feita”, afirma o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). A mesma avaliação de que o ex-presidente será condenado é reproduzida pelo deputado Coronel Meira (PL-PE). “Um julgamento onde a gente já sabe qual a decisão que vai ser tomada”, opinou. “Você está fazendo a parte formal, mas a decisão está tomada. Você vê o bate-bola deles, na maneira como o PGR (Procurador-Geral da República) se pronuncia”, completou.