Desde a segunda-feira cumprindo agendas em Israel, o secretário de Segurança de Porto Alegre, Alexandre Aragon, relata que, apesar dos bombardeios trocados pelo país com o Irã, há certa sensação de “normalidade”.
“A vida não para aqui. É da cultura deles (os conflitos) e as pessoas já estão habituadas. Como é um dia de ataque, as escolas fecharam, serviços paralisaram, mas a vida continua. Eles estão acostumados com isso”, conclui. Aragon.
Oficial da reserva da Brigada Militar, ele garante que sua experiência policial lhe permite lidar com a situação com a tranquilidade possível.
Além disso, para ele, também ter atuado em catástrofes no Brasil faz com que os momentos vividos em meio aos ataques sejam menos dramáticos do que para leigos. “Já passei por algumas situações pela Força Nacional, atuando em Terezópolis (RJ) – em 2011 – e no ano passado em Porto Alegre. Mas para quem não lida com o tema foi bastante tenso”, conta.
Conforme o secretário, o país foi surpreendido durante a madrugada com os ataques e a população precisou se dirigir a locais seguros. “Por volta das 3h (21h no Brasil), fomos avisados para irmos aos bunker’s. Cada prédio tem o seu. De lá para cá, foram quatro acionamentos”, relata.
Além da experiência militar, assim como todos os visitantes que chegam a Israel, ele passou por treinamentos ainda no primeiro dia de viagem. “Eles te treinam e te ensinam a manter a calma, pois estão há dois mil anos nessa situação. As crianças são treinadas desde o primário e os mais jovens são ensinados a cuidar dos menores. Existe toda uma cultura que, para nós brasileiros parece extrema, mas é uma cultura comunitária de proteção”, acrescenta.
Aragon conta que está em um instituto internacional de lideranças, na cidade de Kfar Saba, a cerca de 23 quilômetros de Tel-Aviv. Ele participa do Muni Tour 2025, com o intuito de conhecer as tecnologias em segurança de Israel. “Como o nosso centro de operações está sendo refeito, estamos adotando técnicas de resiliência de Israel, que vão desde a forma de evacuar a população até as respostas posteriores ao ocorrido”, explica.
Após os momentos mais tensos de ataques, vias e serviços passaram a ser liberados gradativamente no país. As agendas foram mantidas na sexta-feira, mas o secretário ainda não sabe quando poderá retornar da viagem que, inicialmente, estava programada para ser concluída no dia 20 de junho. “Em uma situação de crise, tem que se estacionar e se orientar. Estamos na fase de estacionamento, mas não há previsão de retorno e também não cabe a nós forçarmos algo neste momento”, diz.