
O ataque a tiros que matou dois jovens de 18 anos na zona Norte de Porto Alegre foi estrategicamente orquestrado de antemão. Segundo policiais, dias antes, os criminosos alugaram um imóvel perto do bar onde o atentado ocorreu, na última sexta-feira, no bairro Costa e Silva. Uma possível vingança não é descartada como motivação.
A situação é investigada no contexto das disputas do tráfico de drogas. A 3ª Delegacia de Homicídios (DHPP) não confirma, mas há suspeitas do envolvimento de um ex-integrante da facção que atua na localidade.
O traficante, de primeiro nome Douglas, também conhecido como Dodô, teria sido acusado por outros membros do grupo criminoso de desviar valores. Após sofrer agressões, ele acabou sendo expulso da quadrilha.
Como forma de revidar a punição, o sujeito teria decidido se unir a rivais, fornecendo a eles informações estratégicas dos antigos comparsas e sua atuação. O plano incluiria o aluguel de uma casa na área dos ex-aliados.
Após o atentado, os criminosos teriam fugido em um automóvel. Entorpecentes foram encontrados no interior da casa alugada no bairro Costa e Silva.
Relembre o ataque
A ação criminosa ocorreu na madrugada de 6 de junho, por volta da 1h, na rua Geraldina Batista, no bar Pedalinhos. Ali, Maria Eduarda Machado e Thiago Battisti, ambos de 18 anos e sem registros policiais, foram mortos com tiros de pistola calibre 9 milímetros.
Também foram alvejados outros dois homens, 40 e 31 anos. Eles somavam antecedentes por crimes diversos. Os dois foram internados no Hospital Cristo Redentor.
O paciente mais novo foi baleado nas costas. Já o outro, que responde por tráfico e dois homicídios, foi atingido com um disparo no rosto.
A 3ª DHPP também não confirma, mas a moça pode ter sido assassinada por se relacionar com um dos alvos do ataque. Existe ainda a possibilidade do outro jovem que morreu ter sido confundido com um traficante.
O modus operandi da execução foi típico do contexto das facções. Isso porque, enquanto dois atiradores efetuavam disparos no bar, outros dois comparsas, também armados, vigiavam o entorno. A tática é batizada de “contenção”, e geralmente pode ser observada quando traficantes atacam uma área rival.