Durante o interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, no qual Jair Bolsonaro é réu, o ex-presidente voltou a questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas brasileiras. Para tal, citou como exemplo os sistemas de Venezuela e Paraguai.
Bolsonaro era questionado pelo ministro-relator Alexandre de Moraes acerca da reunião com embaixadores promovido em julho de 2022. Na ocasião, o então presidente criticou o sistema eleitoral brasileiro, levantou novamente suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo.
Em sua resposta, Bolsonaro disse que carregou durante muito tempo a pauta do voto impresso enquanto era deputado federal, citando tramitação de textos no Congresso que iam nesse sentido.
“Essa questão do voto impresso é uma coisa minha desde muito tempo. (…) Se eu exagerei na retórica? Devo ter exagerado com toda certeza. Mas minha intenção sempre foi mais uma camada de proteção, por ocasião das eleições, de modo que se evitasse qualquer conflito, qualquer suspeição”, declarou.
“Lembrem-se que em 2014, quando o Aécio Neves perdeu para a senhora Dilma Rousseff, foi contratada pelo PSDB uma auditoria externa e a conclusão da auditoria externa foi que as urnas são inauditáveis”, afirmou ainda Bolsonaro.
Neste momento, citou como bons exemplos de processo eleitoral países como Paraguai e Venezuela. “Ou seja, senhor ministro, com todo respeito, nós temos muita coisa do nosso lado mostrando que esse sistema que está aí carece de aperfeiçoamento. Como existe, por exemplo, no Paraguai. No Paraguai, as eleições, no meu entender, ideal o papel da urna. Como passou a existir nas últimas eleições até na Venezuela, que foi permitido lá notar que algo de anormal estava acontecendo. Nós não podemos esperar que aconteça isso no Brasil para tomar uma providência”, declarou Bolsonaro.