Anbima critica medidas de caráter arrecadatório da equipe econômica

Entidade defende que o Brasil persiga uma melhor eficiência na tributação

Foto: Marcello Casal Jr./ABr

As medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para substituir as determinações do Decreto 12.466, ainda carecem de detalhamento para uma análise mais aprofundada da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) sobre os impactos ao mercado de capitais. Entre as mudanças já anunciadas, a tributação de LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) segue em linha com uma defesa histórica da Associação, em favor da redução das assimetrias entre diferentes produtos de investimento.

As informações divulgadas até agora evidenciam a adoção de medidas de caráter arrecadatório e de curto prazo. Elas não atingem o problema em si, que é estrutural e exige ações coordenadas de curto, médio e longo prazos.

“Reconhecemos a importância de abrir o debate sobre o equilíbrio fiscal e defendemos que o Brasil persiga uma melhor eficiência na arrecadação e uma gestão mais eficaz dos recursos públicos para conter a evolução dos gastos primários”, diz a instituição.

TÍTULOS

Em maio, todos os índices de renda fixa da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) tiveram retornos positivos. Isso vale tanto para os indicadores compostos por títulos públicos quanto por títulos privados. O IMA-B 5+, carteira NTN-Bs (títulos públicos ligados ao IPCA) com vencimento acima de cinco anos, foi o destaque do mês, com crescimento de 2,45%.

“Quase todo o mês de maio foi marcado pela percepção do mercado de que os juros estacionariam em 14,75% e depois cairiam, o que impactou positivamente no rendimento dos títulos com prazos mais longos indexados à inflação”, comentou Marcelo Cidade, economista da associação. Segundo ele, nos últimos dias do mês, no entanto, esses papéis mostraram variação negativa causada, principalmente, pela discussão sobre um novo aumento da taxa Selic. “Essa reviravolta é resultado da divulgação do PIB e de outros indicadores da economia, que mostraram que o nível de atividade continua aquecido”, afirmou Cidade.