O percentual de famílias gaúchas endividadas foi de 86,0% em maio, comparado com 87,8% em abril e 88,8% em maio de 2024. Enquanto isso, os dados de endividamento revelaram o percentual mais baixo desde outubro de 2021 (84,2%). Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados nesta sexta-feira, 6.
Os dados de endividamento revelaram o percentual mais baixo de famílias endividadas desde outubro de 2021 (84,2%). O menor número de endividados tem contribuído para a redução do percentual de famílias com contas em atraso que atingiu 26,6%, e teve queda em relação a abril de 2025 (27,5%) e em comparação a maio de 2024 (34,4%). Esses dados indicam que menos famílias estão consumindo através do endividamento e que menos famílias estão com dívidas atrasadas – o tempo de atraso também se reduziu.
O mercado de trabalho aquecido e o amplo colchão de transferências de renda explicam a situação atual, mas a expectativa de desaceleração da economia e a manutenção de taxas de juros historicamente elevadas apontam que a situação pode se reverter nos próximos meses. O percentual de famílias sem condições de honrar nenhuma parte das suas dívidas em atraso alcançou 1,8%, menor valor desde abril de 2023 (1,7%).
Desde junho de 2024, foi observado um forte aumento no percentual daqueles que se consideram mais ou menos endividados, com uma redução significativa do percentual dos que se consideram pouco endividados, mas também dos que se consideram muito endividados.
“O que se viu nos últimos meses é que uma parcela significativa dos que se consideravam muito endividados conseguiu melhorar sua situação de endividamento. Por outro lado, um percentual muito grande daqueles que estavam pouco endividados aumentou seu grau de endividamento”, completou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS. Já o percentual de renda comprometida passou de 27,1% em maio de 2024 para 28,7% em maio de 2025, com o tempo de comprometimento das dívidas se elevando de 6,3 meses para 7 meses no mesmo período.
Em linhas gerais, a PEIC-RS traz um cenário atual de inadimplência melhor, mas de condições de endividamento pior, apesar do menor percentual de famílias endividadas. “Isso acende um sinal de alerta num momento em que o crédito consignado do trabalhador começa a fazer seus primeiros contratos. As famílias já estão com parte significativa da renda comprometida com dívidas, e o consignado tende a comprometer ainda mais. Com a desaceleração da economia e os juros mais altos, podemos observar um aumento da inadimplência em breve”, completou Luiz Carlos Bohn. Veja a análise econômica e os dados completos.