O comércio varejista brasileiro deve movimentar R$ 2,75 bilhões neste Dia dos Namorados, segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Confirmada a projeção, o resultado representaria um incremento nas vendas de 3,2% em relação a 2024. Para a estimativa, foi considerado o pico sazonal do mês de junho.
A expectativa otimista se apoia na melhora do cenário do mercado de trabalho, cuja taxa de desocupação atingiu 7% no primeiro trimestre de 2025 – o menor nível já registrado –, e na elevação do poder de compra em 4%, no comparativo com o ano passado. Tais números impulsionaram a renda total da população ocupada em 6,9%, desempenhando papel relevante no estímulo ao consumo.
“Mesmo com pressões sobre o orçamento das famílias, observamos fatores que podem contribuir para um desempenho relevante do varejo na data. A combinação entre renda mais robusta e hábitos de consumo já consolidados para o Dia dos Namorados deve garantir, em 2025, uma presença significativa nas vitrines e no caixa do comércio brasileiro”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
FATURAMENTO
Entre os segmentos com maior destaque na data comemorativa, o de vestuário, calçados e acessórios deve aparecer na liderança, sendo o responsável por 40% do total previsto nas vendas, faturando R$ 1,077 bilhão. Utilidades domésticas e eletroeletrônicos aparecem logo depois, com previsão de R$ 806 milhões (29%), seguido pelos itens de farmácias, perfumarias e cosméticos, que devem somar R$ 318 milhões (quase 12%). Este último, no entanto, desponta com o maior crescimento entre os demais, de 6,6%.
“Apesar do custo elevado do crédito e do comprometimento de parte da renda das famílias com dívidas, a maior capacidade de consumo proporcionada pelo mercado de trabalho pode compensar esses fatores, contribuindo para o desempenho positivo de diversos setores do varejo”, analisa o economista da CNC Fabio Bentes.
O especialista ainda pondera que, não fosse a taxa média de juros para o crédito ao consumidor com recursos livres estar em 56,4% ao ano, o aumento seria ainda mais expressivo. Puxada pela alta dos preços de itens como joias e bijuterias (+24,1%), chocolates (+22,0%) e hospedagem (+11,3%), a inflação acumulada em 12 meses até maio chegou a 5,4%. Ainda assim, há categorias com expectativa de queda dos preços, como bebidas alcoólicas (-0,3%), aparelhos telefônicos (-0,4%) e flores naturais (-0,6%).