IOF: após reunião ‘decisiva’ com Motta e Alcolumbre, Haddad prevê anunciar alternativas hoje

Ministro da Fazenda tem uma reunião nesta terça-feira com o presidente Lula para definir últimos ajustes de pacote

Fernando Haddad deu declaração nesta terça Diogo Zacarias/MF - arquivo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu como “decisiva” a reunião realizada nesta segunda-feira (2) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, para estabelecer alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Haddad deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda nesta terça-feira (3), para apresentar as propostas e logo depois divulgar quais serão as ações adotadas pelo governo federal.

“Foi uma excelente conversa na residência oficial do presidente da Câmara [Hugo Motta], com a presença do presidente do Senado [Davi Alcolumbre]. Além de mim, a ministra [das Relações Institucionais] Gleisi [Hoffmann] participou. E conseguimos com dois técnicos, um da Fazenda e um da Casa Civil, apresentar ponto por ponto daquilo que já havia sido sugerido por alguns parlamentares”, disse.

O ministro ainda acrescentou haver “acolhimento” dos dois presidentes e ressaltou que, no Congresso, o próximo passo é conseguir alinhamento com todos os líderes.

“Tive uma reunião que há muito tempo que não tínhamos, uma reunião decisiva, para colocar mais ordem no que precisa organizar, sem prejudicar a população, respeitando os direitos, mas avançando na estabilidade macroeconômica”, completou.

Segundo Haddad, o governo também apresentou “uma estimativa de impacto benéfico sobre as contas públicas” com as mudanças.

“Hoje vamos ter uma reunião com o presidente da República bastante produtiva porque nós chegamos a um entendimento de pequenos detalhes para ser arbitrados, de fato pequenos. O plano de voo está bem montado, vamos todos hoje, antes da viagem do presidente [para a França], apresentar a ele todos os pontos. Essa agenda já estava pré-fixada durante o fim de semana, queria que na terça-feira as coisas se resolvessem para que ele pudesse viajar mais tranquilo, já com essas coisas endereçadas”, detalhou Haddad.

O titular da Fazenda voltou a defender que as medidas serão “estruturantes” e vão garantir “estabilidade duradoura para as contas [públicas] no próximo período”.

Articulação política

O desafio agora, segundo o ministro, é o diálogo com os partidos políticos. “As mudanças são medidas estruturais para dar um conforto para o país de médio e longo prazo, para que tenhamos um bom ano de 2026, um ano que possamos discutir o país e não ficar, como aconteceu em 2022, naquela situação de desorganização das finanças e das contas públicas”, disse.