Indicador de confiança do comércio gaúcho volta a crescer em maio, diz Fecomércio-RS

Apesar disso, a confiança dos empresários segue em campo pessimista

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio no Rio Grande do Sul (ICEC-RS), divulgado mensalmente pela Fecomércio-RS, registrou 92,7 pontos em maio de 2025. O resultado representa alta de 1,6% em relação a abril, configurando a segunda elevação consecutiva. Apesar disso, a confiança dos empresários segue em campo pessimista, abaixo da linha dos 100 pontos, e 12,4% abaixo de maio de 2024.

O indicador é elaborado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base em sondagem realizada em Porto Alegre nos dez dias que antecedem o mês de referência, portanto a pesquisa não absorveu os impactos derivados da elevação do IOF. A pesquisa considera três componentes de mesmo peso: o Índice de Condições Atuais (ICAEC), o Índice de Expectativas (IEEC) e o Índice de Investimentos (IIEC), todos variando entre 0 e 200 pontos.

Em maio, o ICAEC caiu 0,9% na comparação mensal, atingindo 59,6 pontos — sua sétima queda mensal consecutiva, e teve queda de 29% na comparação interanual. Entre os subcomponentes, a percepção sobre a economia brasileira foi a mais negativa, com 43,9 pontos (-0,7% na margem e -36,8% em 12 meses). A avaliação do setor teve leve melhora de 0,8% no mês, apesar e recuar 30,8% em relação a maio de 2024. Já a percepção sobre a própria empresa recuou 2,3% na margem e 22,1% na comparação anual.

“O empresário do comércio tem apresentado uma avaliação pessimista sobre o momento atual desde o início de 2023 e que tem piorado, apesar dos números do varejo virem de uma trajetória bastante positiva. Em março de 2025, todavia, a PMC registrou queda de 0,7% nas vendas do varejo restrito no RS. E quando um resultado ruim vem confirmar uma percepção, isso somente reforça o sentimento e acaba impactando em decisões de curto prazo das empresas”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho aquecido têm atenuado os efeitos de um cenário de inflação persistente e juros altos. No curto prazo, medidas como a liberação do FGTS retidos pelo saque aniversário e, mais recentemente pelo crédito consignado do trabalhador, tendem a gerar impulsos positivos, aliviando o processo de desaceleração esperado especialmente para o segundo semestre. O IEEC registrou 114,1 pontos em maio, avanço de 0,8% em relação ao mês anterior, com alta de todos os componentes. Ainda assim, o índice segue 11,1% abaixo do nível observado em maio de 2024.

O IIEC, por sua vez, foi o componente que mais influenciou positivamente o resultado geral, com crescimento de 3,9% no mês, chegando a 104,5 pontos. No comparativo anual, a queda foi de 0,7%. A maior contribuição veio da expectativa de contratação de funcionários, que subiu 5,4% no mês, atingindo 120,1 pontos. O nível de investimento das empresas aumentou 0,5% na margem (93,1 pontos). Já a avaliação da situação dos estoques teve avanço de 5,6% em relação a abril, atingindo 100,2 pontos. No comparativo interanual, apenas a contratação de funcionários apresentou crescimento.