Ao atender jornalistas na manhã desta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou a crise com o Congresso aberta pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Haddad está articulando com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes do Congresso, uma solução mais estável para o equilíbrio das contas públicas e indicou que a medida deverá ser apresentada até esta terça-feira, 3, antes do embarque do presidente para Paris, na quarta.
Haddad deixou claro que sua pasta não irá abrir mão dos objetivos estipulados com o governo federal e com o Legislativo e falou na necessidade de se buscar medidas estruturais. “O que eu sempre deixei claro é que a Fazenda não irá abrir mão das metas estabelecidas. Não podemos. O que tiver de fazer eu vou fazer, agora eu prefiro soluções estruturais. Se o Congresso está dizendo que prefere, vou eu dizer o contrário?”, questionou.
“O que a Fazenda não pode fazer é perder a iniciativa. Se nos acomodarmos, vai acontecer isso: ao invés de você conseguir o grau de investimento, vai melhorando uma nota e melhorando outra e não vamos chegar a lugar algum”, ressaltou.
Parlamentares pressionam o governo federal desde a semana passada para reaver o ajuste no IOF, decisão que pode ser derrubada no próximo 10 de junho pela Câmara dos Deputados. Haddad colocou que a questão do imposto precisa ser debatida e que não cairá de uma vez só. “Esse assunto não vai ser discutido dessa forma. Vai ser discutido rapidamente, até porque ninguém aqui quer postergar. Eu não preciso de dez dias. Nós sabemos o que precisa ser feito e até acredito que nesta semana nós poderemos melhorar a regulação do IOF, mas aí combinando com as questões estruturais”, salientou.
O ministro da Fazenda fez a ponderação de que é preciso pensar mais longe. “Querem alterar o curto prazo, altera o longo prazo junto porque aí você faz uma combinação que dá para o cidadão e para o investidor um horizonte das regras do jogo, com previsibilidade e transparência e até com uma discussão sobre justiça”, destacou.
(*) com Correio do Povo