Dívida pública sobe em abril e superávit primário fica abaixo do esperado, diz BC

No mês, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 14,1 bilhões

Foto: José Cruz / Agência Brasil

O setor público consolidado registrou superávit primário de R$14,1 bilhões em abril, ante superávit de R$6,7 bilhões no mesmo mês de 2024. O Governo Central foi superavitário em R$16,2 bilhões, e os governos regionais e as empresas estatais, tiveram déficits, na ordem, de R$659 milhões e de R$1,4 bilhão. Em 12 meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$6,0 bilhões, 0,05% do PIB, ante déficit de R$13,5 bilhões, 0,11% do PIB, acumulado até março.

Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$69,7 bilhões em abril de 2025, comparativamente a R$76,3 bilhões em abril de 2024. Contribuiu para essa redução o resultado das operações de swap cambial no período (perda de R$11,2 bilhões em abril de 2024 e ganho de R$15,8 bilhões em abril de 2025), contrabalançado parcialmente pelo impacto do aumento da taxa Selic, do IPCA e do próprio estoque da dívida. No acumulado em 12 meses até abril, os juros nominais alcançaram R$928,4 bilhões (7,71% do PIB), comparativamente a R$776,3 bilhões (6,93% do PIB) nos doze meses até abril de 2024.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$55,5 bilhões em abril. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$934,4 bilhões (7,76% do PIB), ante déficit nominal de R$948,5 bilhões (7,92% do PIB) em março de 2025.

DÍVIDA LÍQUIDA

​A DLSP atingiu 61,7% do PIB (R$7,4 trilhões) em abril, elevando-se 0,1 ponto percentual do PIB no mês. Esse resultado refletiu os impactos dos juros nominais apropriados (+0,6 ponto percentual), do efeito da valorização cambial de 1,4% no mês (+0,2 ponto percentual), da variação do PIB nominal (-0,3 ponto percentual) e dos demais ajustes da dívida externa líquida (-0,2 ponto percentual). No ano, a DLSP elevou-se 0,2 ponto percentual do PIB, refletindo, em especial, os impactos dos juros nominais (+2,2 ponto percentual), do efeito da valorização cambial acumulada de 8,6% (+1,0 ponto percentual), do superávit primário do período (-0,9 ponto percentual), da variação do PIB nominal (-1,5 ponto percentual) e dos demais ajustes da dívida externa líquida (-0,6 ponto percentual).

A DBGG – que compreende o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – atingiu 76,2% do PIB (R$9,2 trilhões) em abril de 2025, aumento de 0,3 ponto percentual do PIB em relação ao mês anterior. Essa evolução no mês foi decorrente dos juros nominais apropriados (+0,7 ponto percentual), da variação do PIB nominal (-0,4 ponto percentual) e do efeito da valorização cambial (-0,1 ponto percentual). No ano, a redução de 0,3 p.p. do PIB decorre principalmente do crescimento do PIB nominal (-1,9 ponto percentual), dos resgates líquidos de dívida (-0,9 ponto percentual), do efeito da valorização cambial (-0,4 ponto percentual) e da incorporação de juros nominais (+2,9 ponto percentual).