Diversos pontos de Porto Alegre registraram alagamentos após a forte chuva acompanhada de ventos na madrugada desta quinta-feira, dia 29, com a frente fria que chega ao Rio Grande do Sul. No extremo Sul da Capital, o bairro Lami foi um dos mais afetados, que registrou acumulado de 129,7 mm, segundo a Defesa Civil.
Um alagamento severo próximo à parada 21, mesmo com a chuva fraca, custa a baixar, relatam moradores da região. A rua Manoel Vieira da Rosa estava totalmente alagada até o final desta manhã. Ana Lucia Lopes, de 59 anos, moradora nas proximidades, afirmou que a rua, que alaga com frequência, ficou com a situação pior após a prefeitura municipal iniciar uma obra para auxiliar no escoamento de um açude nas proximidades.
“Está muito demorada a obra. Aí veio a chuva e, podes ver, a água está descendo, mas é muita”, relata. Ela disse que, em casas situadas mais ao fundo da rua, onde o alagamento está maior, moradores chegaram a elevar os móveis, já que o alagamento não aparenta diminuir.
Na rua 2, ao lado desta, uma correnteza de água virava a esquina, alagando as ruas perpendiculares. Na rua paralela, Beco Luiz Sidnei Ogando, conhecida como rua C, uma casa aparentemente abandonada estava com o pátio totalmente alagado. Nas partes não alagadas, a rua esburacada acumulava poças d’água, dificultando o deslocamento.
Região das Ilhas acumulou mais de 100 mm, e moradores temem novos alagamentos
A região das Ilhas, no bairro Arquipélago, também registrou acumulados de mais de 100 mm de chuva nesta quinta, e o vento sul elevou o nível da água. A Ilha da Pintada acumulou 113,1mm, enquanto a Ilha Grande dos Marinheiros, 114,3mm, segundo a Defesa Sivil. Na rua João Inácio da Silveira, próximo ao número 700, a via está com diversos pontos totalmente alagados, exigindo deslocamento com galochas. Segundo o morador Elton Couto Neves, de 62 anos, já faz três dias. “Quando dá essas chuvas, não tem escoamento para sair. É muito ruim, minha mãe é doente e temos que sair com botas até a faixa para pegar ônibus. Calçado não tem como usar”, relata.
Marta Zakowicz, de 64 anos, que mora na mesma rua, perdeu o sono nesta noite quando começou a chuva. Após ter perdido sua casa por conta da enchente de maio de 2024, teme novos alagamentos na região. “A gente perde o sono por ficar imaginando: se eu estiver dormindo, será que vai dar tempo de sair? Será que que essa água não vai vir de vez de novo?”
Pelo menos 30 ocorrências de queda de galhos de grande porte e árvores foram registrados em Porto Alegre em razão da chuva, de acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb). As vias não ficaram obstruídas, segundo a pasta. Um dos pontos foi na Praça da Alfândega, na rua dos Andradas, onde uma árvore de grande porte caiu, mas logo foi cortada e recolhida pelas equipes.
Além da chuva, o frio persiste nesta quinta-feira. A Capital amanheceu registrando mínima de 8,5ºC, e a temperatura deve seguir abaixo dos 10ºC nos próximos dias com a passagem da onda de frio sobre o estado, que deve ser a mais intensa de 2025, segundo a MetSul.