Chuva de 140 milímetros e ventos fortes assustam Porto Alegre e Guaíba sobe a maior nível em mais de sete meses

Desde outubro de 2024, marca do curso d’água não alcançava 2,40 metros na régua da Usina do Gasômetro, segundo Agência Nacional de Águas

Foto: Pedro Piegas / Correio do Povo

A chuva em Porto Alegre, que atingiu 143,2 milímetros no totem da Defesa Civil Municipal da rua da Represa, bairro Cascata, na zona Sul, fez o nível do Guaíba subir a 2,40 metros às 11h15min desta quinta-feira, de acordo com o monitoramento da régua da Agência Nacional de Águas (ANA) instalada na Usina do Gasômetro, no Centro Histórico.

É a maior marca registrada no local desde a tarde de 12 de outubro de 2024, quando atingiu marca similar, conforme o levantamento do órgão. A cota de inundação na área é 3,50 metros. Diversos pontos também registraram marcas superiores a 100 milímetros, como o bairro Lami (129,7 mm), onde houve alagamentos na parada 21, Vila Farrapos (128,7 mm), Guarujá (124,5 milímetros) e Vila Nova Brasília (119,9 mm).

O vento, que soprou para o quadrante leste, faz ainda com que haja ondas no principal curso d’água da Capital, na direção da cidade. Foram registrados ainda pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) diversos transtornos, como bloqueios parciais por acúmulo de água em locais como o cruzamento das ruas Edu Chaves com 25 de Fevereiro, avenidas Icaraí com Coronel Claudino, abaixo do viaduto da avenida Sertório e na trincheira da avenida Ceará, o que causou longos congestionamentos no trânsito.

Ao todo, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) registrou ainda 14 ocorrências de quedas de galhos de grande porte e árvores na Capital. Ao menos uma, na rua La Plata, bairro Jardim Botânico, também bloqueou parcialmente a via. Houve outros pontos com alagamento também, como a avenida Pernambuco, no bairro Navegantes, com motoristas relatando dificuldades para transitar.

Cinco semáforos ficaram fora de operação, nos cruzamentos da avenida Protásio Alves com rua Euclides Triches, avenidas Cristiano Fischer com Antônio Carlos Tibiriçá, ruas Anita Garibaldi com Rua Francisco Petuco, avenida Plinio Brasil Milano com Rua Líbero Badaró e nas avenidas Déa Coufal, Coronel Marcos e Tramandaí. O frio também foi um agravante, chegando à Capital conforme havia sido previsto pela MetSul Meteorologia, com as marcas despencando a 9,4ºC no Aeroporto Internacional Salgado Filho na madrugada, com sensação térmica menor, devido aos fortes ventos, causados pela presença de um ciclone extratropical no Oceano Atlântico.

Houve falta de energia elétrica em duas estações de bombeamento que atendem ao Morro da Cruz e parte do bairro Lomba do Pinheiro, ocasionando baixa pressão e falta de água. De acordo com a Prefeitura, a CEEE Equatorial foi acionada ao longo da madrugada para atender às ocorrências, e todas as casas de bombas do sistema de drenagem urbana funcionaram normalmente durante o período do temporal.

A Trensurb paralisou suas atividades no começo da manhã em razão do alagamento nos trilhos próximos da estação São Pedro, fazendo com que fosse ativada a operação emergencial de ônibus da EPTC entre as estações Farrapos e Mercado. Com isso, passageiros relataram transtornos nos primeiros momentos do dia e atrasos.