Uma ação conjunta entre Polícia Civil e Brigada Militar nesta sexta-feira resultou na prisão de quatro suspeitos de envolvimento no sequestro de um motorista de aplicativo em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. O crime ocorreu no início do mês, quando a vítima foi mantida por mais de 12 horas em cárcere privado e teve que transferir R$ 15 mil para contas bancárias ligadas aos bandidos.
De acordo com o delegado Guilherme Dill, titular da DP de Venâncio Aires, o crime foi cometido de forma coordenada e com divisão de funções entre os participantes. Um deles foi responsável por abordar e render a vítima. Outros dois, forneceram contas para receber os valores extorquidos via Pix. Além deles, uma mulher teria disponibilizado os fundos da própria casa como cativeiro.
Todos os investigados já tinham antecedentes policiais, mas não há indícios que façam parte de alguma facção. Ainda segundo Guilherme Dill, grupo foi recolhido por ordem de prisão temporária, que deverá ser convertida em preventiva. A apuração policial prossegue para a conclusão do inquérito e a responsabilização penal dos envolvidos.
“Foi um crime de extrema gravidade. Um sequestro planejada e que envolveu diferentes níveis de participação criminosa. A resposta célere da Polícia Civil e da Brigada Militar demonstra o nosso compromisso de enfrentar delitos violentos e articulados”, afirma o titular da DP de Venâncio Aires.
O sequestro foi registrado no dia 1º de maio, por volta das 17h30min, quando a vítima atendia uma solicitação de uma corrida de Venâncio Aires para Tabaí, no Vale do Taquari. Na ocasião, o homem de 55 anos guiava um Volkswagen Voyage, e estacionou em frente ao local indicado enquanto aguardava para iniciar o servido.
Acontece que o condutor foi rendido por um passageiro sacou uma arma momentos após entrar no veículo. O criminoso exigia depósitos via Pix, mas o outro não conseguiu fazer as transferências naquele momento e, por isso, acabou sendo forçado a seguir no veículo rumo a um imóvel em local isolado.
Ali, o motorista foi mantido refém. Com os braços e pernas amarrados e sob ameaça de morte, ele ficou no interior de um cativeiro sem iluminação e em condições precárias de higiene.
A vítima foi libertada somente na manhã do dia seguinte, em uma área rural no município de Passo do Sobrado, tendo que caminhar por horas em uma estrada de terra até conseguir ajuda. O automóvel do serviço de aplicativo foi localizado pouco depois, abandonado no entorno de um matagal.
Na mesma data, uma guarnição da 3ª Companhia Operacional do 23º BPM, munida com informações do Serviço de Inteligência, encontrou um dos sequestradores no local apontado como cativeiro. O envolvimento dele no caso ficou comprovado pelo registro de uma movimentação financeira via Pix, feita a partir da conta da vítima.
Os PMs ainda identificaram a mulher investigada por ceder o imóvel como cativeiro, e ela também foi localizada. Na ocasião, entretanto, a dupla de suspeitos apenas prestou depoimentos, sendo ambos liberados na sequência.
