Morreu o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, aos 81 anos. A informação foi confirmada nas redes sociais do Instituto Terra Oficial, organização fundada pelo artista e pela esposa, Lélia Wanick. “Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador”, diz o texto. Sebastião deixa a esposa e dois filhos.
Salgado, que é natural de Minas Gerais, é conhecido mundialmente por suas fotografias, voltadas, principalmente, para temática social e ambiental. Entre os trabalhos fotográficos do artista está o livro “Outras Américas”, “Trabalhadores” e “Serra Pelada”.
Nas redes sociais, a organização ressaltou o trabalho feito por Salgado e Léila para restauração ambiental e destacou o poder transformador do fotógrafo. “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, menciona.
Em 2015, o documentário “Sal da Terra”, que conta a história de Salgado, foi indicado ao Oscar de melhor documentário. A produção, dirigida por um dos filhos do fotógrafo e pelo cineasta Wim Wenders, aborda a trajetória do artista e o projeto “Gênesis”, terceira série de longa duração sobre questões globais.
Quem foi Sebastião Salgado
Ele nasceu em Aimorés, no interior de Minas Gerais, e formou-se em Economia antes de migrar para a fotografia. Mestre em economia pela Universidade de São Paulo (1968) e doutor pela Universidade de Paris (1971), ele trabalhava na Organização Internacional do Café, em Londres, quando iniciou o desejo de fotografar. O trabalho exigia muitas viagens à África e Salgado gostava de documentar o que via.
Em 1974, fez seu primeiro trabalho como fotógrafo freelancer para a agência Sygma. Rapidamente se destacou, sendo contratado por outra agência, a Gamma. No final de 1979, Salgado passou a integrar a Magnum, cooperativa que revolucionou a fotografia documental no século 20, fundada por nomes como Henri Cartier-Bresson e Robert Capa.
Na década de 1980, o fotógrafo já havia se estabelecido o suficiente para financiar projetos pessoais. No livro Outras Américas, de 1986, ele registrou povos indígena de toda a América Latina. Já com a série Trabalhadores, de 1997, documentou o trabalho manual e penoso de indivíduos ao redor do mundo, de minas de enxofre na Indonésia à pesca de atum na Sicília.