Taxa de ocupação nas emergências dos hospitais da região é considerada muito acima do normal

Aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) preocupa autoridades de saúde; em Esteio e Sapucaia do Sul as ocupações ultrapassam 200%

Foto: Bruna Ourique / Prefeitura de Canoas / Divulgação

Diante do decreto da situação de emergência nas cidades de Porto Alegre e Canoas com relação a superlotação do sistema de saúde pública por conta do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), nas emergências dos hospitais e consequentemente do esgotamento dos serviços de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), o reflexo do cenário caótico já chega aos demais equipamentos de saúde da região, causando uma sobrecarga nos hospitais considerados de retaguarda.

Mesmo em situação de emergência, nesta quinta-feira, o Hospital Nossa Senhora das Graças, em Canoas, estava com a taxa de ocupação em 470%, com 10 leitos para 47 pacientes. No Hospital Universitário a taxa era de 72%.

Em Esteio, a taxa de ocupação da emergência do Hospital São Camilo, era de 220%. Na emergência adulta, havia 13 leitos para 25 pacientes em atendimento, com capacidade de atendimento muito acima do normal. Os diagnósticos mais comuns eram síndrome respiratória em crianças e idosos, casos de traumatologia e suspeita de dengue. Sem possibilidade de abertura de novos leitos até o fim da semana ou da próxima. Nos leitos clínicos, com pacientes internados, 34% eram por doenças respiratórias.

Em Sapucaia do Sul, a taxa de ocupação da emergência era de 203% nesta quinta-feira, com 30 pontos de cuidado para 61 pacientes. Cerca de 30% dos atendimentos são por síndromes respiratórias. De acordo com a direção do hospital, a procura está bem acima do normal levando em conta a época do ano. Geralmente aumenta a partir de junho e não existe possibilidade de abertura de novos leitos. A crise financeira que afeta os hospitais da Região Metropolitana não é diferente no Hospital Municipal Getúlio Vargas. Sem repasse de mais recursos do Estado ou União, não há possibilidade de ampliar a assistência.

No Hospital de Viamão a taxa de ocupação do setor de emergência nesta quinta-feira era de 268,75%, com 30 pacientes internados na emergência. De acordo com a secretária de Saúde do Município, Michele Galvão, o que sendo feito a curto ou médio prazo para reverter esta situação, é a troca de gestão, porque além do aumento de demanda existe o problema de gestão e financiamento estadual e federal insuficientes. “O Hospital de Viamão, única unidade hospitalar da cidade, está operando com sua capacidade total de internação comprometida.”

Na emergência do Hospital Municipal de Novo Hamburgo, a taxa de ocupação era de 80% nesta quinta-feira. O hospital registrou aumento de atendimento desde o início do mês em função das mudanças de temperaturas. A emergência atendeu 5.126 pacientes entre dia 1º e 21 deste mês.

Na UPA Canudos, nesta quinta, o cenário é de 19 pacientes adultos aguardando atendimento e seis pacientes na pediatria, também aguardando para ser atendidos. O atendimento médio é de 260 pacientes por dia. Houve aumento de atendimentos nas últimas semanas, com reforço clínico nas segundas e terças.

O tempo para atendimento varia conforma classificação de risco e pode demorar mais quando há a realização de exames e reavaliações. Hoje tem 10 pacientes aguardando internação no hospital. Na UPA Centro, tem 15 pacientes adultos aguardando atendimento e 10 pacientes na pediatria também aguardando atendimento.