O Prisma Fiscal voltou a apontar melhora das expectativas dos analistas de mercado para o Resultado Primário do Governo Central no mês de maio, com projeção de déficit de R$ 72,68 bilhões em 2025, valor abaixo das previsões de abril, que eram de déficit de R$ 73,65 bilhões. O documento foi divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda (MF).
As estimativas enviadas não incluem o valor que será compensado para fins de cumprimento da meta fiscal, referente ao pagamento de precatórios, no total de R$ 44,12 bilhões. Considerando a compensação dos precatórios, o déficit equivalente à meta das projeções de mercado seria de R$ 28,56 bilhões. Com isso, pode-se dizer que as projeções de mercado para o déficit primário em 2025 estão acima do limite inferior da meta, que é de R$ 31,07 bilhões. Portanto, o mercado prevê, a partir de suas projeções, cumprimento da meta em 2025.
As estimativas da Dívida Bruta do Governo Geral em relação ao PIB (DBGG/PIB) para 2025 têm apresentado quedas sucessivas desde dezembro de 2024. No Prisma de maio, a DBGG/PIB prevista para o ano baixou de 80,50% em abril para 80,30%. Também houve leve redução nas previsões para 2026, de 84,55% do PIB na mediana anterior para 84,49% neste mês.
ARRECADAÇÃO E DESPESA
A previsão dos agentes de mercado sobre a arrecadação das receitas federais no ano de 2025 ficou em torno de R$ 2,84 trilhões, mesmo patamar da coleta de abril. Comparando a previsão para o ano desta coleta de maio com aquela feita em janeiro de 2024, observa-se aumento de R$ 160 bilhões na arrecadação federal estimada. Para o próximo ano, a projeção se manteve em cerca de R$ 3,02 trilhões, mesma faixa observada em abril.
A SPE também constatou uma leve melhora nas expectativas sobre a receita líquida do Governo Central, com alta de R$ 171,35 bilhões em abril para R$ 171,57 bilhões em maio. Já para o resultado de 2025, os analistas preveem a receita líquida chegando a R$ 2,31 trilhões, valor superior à mediana de abril, que foi de R$ 2,30 trilhões.
As projeções mais recentes, coletadas em maio de 2025, indicam uma Despesa Total de R$ 2,38 trilhões para o ano, mostrando estabilidade desde as estimativas coletadas em janeiro de 2025.
INDICADORES
As estimativas do mercado melhoraram em relação ao PIB nominal deste ano, em maio, subindo de R$ 12,61 trilhões para R$ 12,64 trilhões na comparação com o Prisma de abril. Para 2026, a mediana das projeções do PIB nominal passou de R$ 13,44 trilhões para R$ 13,49 trilhões.
O levantamento da SPE mostrou redução nas previsões para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2025, com a mediana do indicador voltando para 5,40%, abaixo dos 5,47% da previsão de abril. Já para o INPC de 2026, a previsão é de 4,46%, um pouco acima dos 4,45% estimados no mês anterior.
Quanto ao mercado de trabalho, os analistas acreditam que a taxa de desemprego ficará em 6,90% neste mês, percentual estável em relação à mediana de abril. Também houve estabilidade na previsão da população ocupada para o mês, que deve ficar em 102,97 milhões de pessoas em maio, segundo apurou a SPE.
PRISMA FISCAL
O Prisma Fiscal é o sistema de coleta de expectativas de mercado, elaborado e gerido pela Secretaria de Política Econômica, para acompanhamento da evolução das principais variáveis fiscais brasileiras do ponto de vista de analistas do setor privado. Esse sistema também apura variáveis auxiliares de atividade econômica, nível geral de preços e mercado de trabalho, itens que geram impactos nas contas públicas e na política fiscal em geral. O relatório do Prisma Fiscal reúne estatísticas das previsões consolidadas das instituições (mediana, média, desvio padrão, mínimo e máximo).
As projeções mensais do relatório atual — maio, junho e julho — abrangem as expectativas de arrecadação de receitas federais; receita líquida, despesa total, resultado primário e resultado nominal do Governo Central; Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); taxa de desemprego e população ocupada. Já quanto às projeções anuais, o Prisma oferece previsões para 2025 e 2026, considerando as mesmas variáveis das projeções mensais, mas incluindo também Dívida Bruta do Governo Central (DBGG), deflator e PIB nominal.
(*) com Gov.Br