Granjas fora do raio de infecção em Montenegro reforçam segurança após confirmação de gripe aviária

Cuidados biossanitários tiveram reforço depois de foco da doença no interior do município

Foto: Pedro Piegas / Correio do Povo

Demais produtores de aves e ovos do município de Montenegro, no Vale do Caí, fora do raio de dez quilômetros no entorno da primeira granja afetada pela gripe aviária, descreveram precisar reforçar ainda mais os cuidados biossanitários após um foco da doença confirmado na localidade de Bom Jardim do Caí, no interior da cidade, que causou a morte de 17 mil aves e certo temor na comunidade local, mesmo com a garantia de segurança para o consumo destes produtos.

Em Costa da Serra, distante cerca de 30 quilômetros de onde o vírus foi detectado, a médica veterinária Flávia Aparecida de Faria Silva trabalha com o marido Adalberto Júnior da Silva, o filho do meio do casal, Phelipe, 15 anos, e mais dois, uma menina de nove anos e um rapaz de 20, nesta outra granja comercial, que conta com cerca de 47 mil aves, produzindo, em média, 40 mil ovos por dia para uma empresa local.

Naturais do interior de Minas Gerais, e apenas há um mês em solo gaúcho, tendo sido convidados para se mudarem para o Rio Grande do Sul, eles relataram o uso intenso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) mesmo antes da confirmação em outro ponto do município. “Sendo uma doença nova, ninguém sabe muito como será a reação no organismo humano. Mas ficamos apreensivos, porque, caso aconteça (uma contaminação) em uma ave, precisa sacrificar todas elas. Vejo que os fiscais estão circulando pelas fazendas, observando, levando informações”, comentou ela.

O acesso é restrito e controlado por meio de uma planilha. Todos os caminhões que adentram o perímetro do aviário passam por um dispensador de desinfetante logo no portão, e os poucos autorizados a ingressar no galpão vestem EPI completo, com colete cobrindo todo o corpo e a obrigatoriedade de pisar em um tapete de cal antes de entrar e depois de sair, além da lavagem completa das mãos. Os próprios técnicos têm uma roupa específica, também higienizada.

“Já recebemos diversas visitas da empresa, para verificar se está tudo bem”, afirma. Sendo médica veterinária, Flávia afirma ter o conhecimento para uma avaliação inicial de uma possível contaminação. Até o momento, a propriedade não recebeu a visita de técnicos do governo estadual ou federal, porque está fora do raio de atenção inicial.

“Precisamos ter muita cautela, e também tranquilidade, porque, se nos preocuparmos muito e nos desestruturarmos emocionalmente, não conseguimos executar o serviço bem feito. Nossa rotina não mudou muito, basicamente. Por enquanto está tranquilo. Precisamos manter a nutrição das aves em dia, observar bastante e ter fé em Deus, como se diz”.