Sete barreiras sanitárias garantem isolamento de foco de gripe aviária em Montenegro

Consumo de carne de frango e derivados é seguro, segundo governos

Foto: Pedro Piegas / Correio do Povo

O município de Montenegro, no Vale do Caí, vive um clima de relativa tranquilidade no primeiro dia útil após a confirmação de um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1), conhecida popularmente como gripe aviária, em uma granja de reprodução na localidade de Bom Jardim do Caí, o primeiro caso do tipo no país. Outro foco foi confirmado no Zoológico de Sapucaia do Sul, na região metropolitana. A doença em si não representa risco para seres humanos, segundo os governos federal e estadual.

Seis barreiras de desinfecção e uma de isolamento, com a aplicação de produtos químicos nos pneus e chassis de caminhões com cargas de interesse, foram montadas em pontos estratégicos, em um raio médio de dois a dez quilômetros cada ao redor da propriedade, sendo uma delas na BR-386, no pedágio de Montenegro, o que gerava grandes filas na rodovia no sentido em direção a Porto Alegre.

Uma das exceções é na principal base da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) no município, no Centro de Treinamento da Emater (Cetam), onde todos os veículos devem ser desinfetados. Todas elas funcionam 24 horas por dia. Onde não há a contenção da Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Seapi e do Batalhão Ambiental da Brigada Militar (Patram), montes de terra foram postos pelos órgãos nas estradas vicinais. Os animais e produtos desta origem pertencentes à propriedade afetada foram descartados ainda na semana passada.

Produtor da mesma localidade, Nestor Carvalho Cruz disse que cria uma dezena de galináceos para o sustento seu e de sua família. Ele contou morar a cerca de três quilômetros da área onde o vírus da gripe aviária foi descoberto, mas disse também não conhecer o proprietário dela. “Não tivemos nenhum problema, só as autoridades nos pediram para tomar cuidado e observar bastante”, disse ele, acrescentando que não recebeu orientações para descarte de seus animais.