O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,6% na atividade econômica no primeiro trimestre em comparação ao quarto de 2024. Em março, na comparação com fevereiro, o crescimento da atividade econômica foi de 1,3%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em termos monetários, estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) em valores correntes, no primeiro trimestre de 2025, tenha sido de R$ 3,393 trilhões.
Esses resultados foram obtidos na série com ajuste sazonal. Na comparação interanual, a economia cresceu 3,1% no primeiro trimestre e 3,5% em março. A taxa acumulada em 12 meses até o primeiro trimestre foi de 3,5%. Nesta edição do Monitor do PIB-FGV, foram atualizadas as estimativas de ponderação da agropecuária utilizadas nos meses de 2025, o que contribuiu para modificação dos resultados de janeiro e fevereiro, divulgados nos relatórios referentes a esses meses de 2025.
A agropecuária, com forte crescimento de 12,2%, é o grande destaque no resultado do primeiro trimestre. Além disso, o crescimento de 1,3% no setor de serviços, atividade de maior peso no PIB, também colaborou para o bom desempenho da economia. Com isso, o resultado do primeiro trimestre reverte a tendência declinante da economia, que se observava desde o terceiro semestre de 2024. Pela ótica da demanda, todos os componentes apresentaram crescimento.
“Destaca-se, entre eles, a exportação, que após ter registrado diversas retrações em 2024, cresceu 2,8% no primeiro trimestre, com grande influência de produtos agropecuários. Estes resultados mostram que, embora a agropecuária tenha grande influência para o elevado crescimento, há certa disseminação em outra atividades, com diversos desempenhos positivos no setor de serviços. O destaque negativo do primeiro trimestre foi a estagnação industrial. Embora a maior parte das atividades industriais tenha registrado crescimento, a retração na indústria de transformação, atividade de maior peso na indústria, explica esse desempenho.”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
O crescimento de 2,7% registrado no consumo das famílias, no primeiro trimestre, reforça a tendência de desaceleração iniciada no quarto trimestre de 2024. Apesar disso, nota-se que há certa estabilidade nos crescimentos dos três últimos trimestres. Todas as categorias de uso contribuíram para essa redução do crescimento no consumo, sendo as maiores reduções de contribuição registradas em produtos duráveis e serviços.
O crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), no primeiro trimestre, embora seja elevado, permanece em tendência declinante, desde o quarto trimestre de 2024. O desempenho de máquinas e equipamentos se destaca como o principal segmento para explicar a desaceleração da FBCF. Os principais destaques para o crescimento da exportação devem-se aos produtos agropecuários e aos bens intermediários. No primeiro caso, após registrarem queda por cinco meses consecutivos, os produtos agropecuários voltaram a ter desempenho positivo no primeiro trimestre. Os bens intermediários apresentam contribuições positivas desde o trimestre encerrado em novembro de 2024, que tem se ampliado ao longo do tempo.
O resultado do primeiro trimestre reforça a tendência declinante observada desde o final de 2024. Nota-se esse padrão em praticamente todos os segmentos de importação, com maior destaque nas contribuições de bens de consumo e de serviços. A taxa de investimento no primeiro trimestre foi de 15,3%.