
O decreto do estado de emergência em saúde animal por conta da influenza aviária colocou 12 municípios do Rio Grande do Sul no centro das ações sanitárias para a contenção da doença. Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão estão dentro do raio de 10 quilômetros do aviário no qual foram confirmados os diagnósticos de H5N1, em Montenegro.
“A contenção pega trechos desses municípios. Não há registro da doença”, ressaltou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
O dirigente salientou que as confirmações dos focos da gripe aviária ocorreram em Montenegro e no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.
“A doença é muito letal para as aves. Contraiu, morrem em dois dias, mas não há registro de transmissão (para humanos) por consumo de carne ou ovos em nenhum lugar do mundo”, afirmou Santin.
O Decreto 58.169/2025 foi publicado no Diário Oficial do Estado no sábado, dia 17, e terá vigência por 60 dias. Desde então, 94 propriedades de subsistência e a única granja estabelecida na área de vigilância, além daquela em que foi confirmado o foco, foram vistoriadas por agentes da defesa sanitária.
Santin alerta que granjas comerciais devem prosseguir com medidas rotineiras de biossegurança sanitária.
Ele cita, por exemplo, a necessidade de manter um pedilúvio nas instalações para higienizar os pés das aves e eliminar microorganismos, estrutura de rodolúvio para desinfetar veículos que transportam animais e que transitam na área de criação das propriedades para evitar a propagação de doenças, cercas contra animais selvagens e revisão das telas dos aviários.
“Se você está exercendo a biosseguridade as aves são boas e não chegam doentes no frigorífico”, pontuou o presidente da ABPA, acrescentando que o cotidiano nas granjas não oferece riscos inclusive para os colaboradores.
O presidente da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), José Eduardo Santos, ressaltou que a granja comercial na qual foi confirmado o foco está desinfetada, com o sacrifício das aves remanescentes.
Concluída essa etapa e realizados todos os procedimentos previstos no raio de 10 quilômetros no entorno do foco, sem novas ocorrências, é feita uma avaliação por parte das autoridades sanitárias. O relatório é encaminhado à Organização Mundial de Saúde solicitando o encerramento do episódio.
“Estamos confiantes de que será encerrado o quanto antes, para que se iniciem as negociações diplomáticas e técnicas para a retomada dos mercados”, disse Santos.