Servidores do lNSS realizaram um ato em frente ao edifício da gerência executiva do órgão, no Centro Histórico de Porto Alegre, contra o que consideram uma precarização no serviço, além de afirmarem que as recentes fraudes denunciadas na Previdência não são de responsabilidade do corpo técnico. Organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no RS (Sindisprev-RS), o protesto contou ainda com a exibição de fotografias, que, de acordo com o sindicato, foram feitas em agências do INSS no Rio Grande do Sul, mostrando vidros quebrados e até a presença de animais capturados nos locais.
“Esta manifestação é um ato de desagravo em favor dos servidores do INSS, justamente pelo peso que temos na sociedade. Este escândalo que estourou recentemente pegou profundamente a todos nós, porque, da forma como está colocado, parece que há uma farra dentro do INSS, o que não é verdade”, disse o diretor do Sindisprev-RS, Thiago Manfroi.
Conforme ele, as “indicações políticas”, alheias aos cargos técnicos, podem proporcionar “este tipo de ilicitudes”. Ainda conforme Manfroi, a fraude no órgão era denunciada há mais de dez anos pelo sindicato. Entre as condições também ditas pelo Sindisprev-RS, há ainda falta de equipamentos e sistemas inoperantes, que fazem os servidores de carreira trabalharem de casa, utilizando recursos próprios, a fim de atender à população.
Esta precarização, diz Manfroi, teria favorecido as fraudes subsequentes. “Isto tudo são fontes de estresse e ansiedade para o servidor”, comentou ele. A redução no quadro geral, de 48 mil para 20 mil, também foi salientado. As situações haviam levado a outras duas greves, uma em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e outra no ano passado, já no governo Lula.
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Atualmente, o INSS administra cerca de R$ 1 trilhão por ano, com mais de 40 milhões de beneficiários. Como alternativa, o sindicato defende a transformação do INSS em uma autarquia especial, dentro da estrutura governamental, e servidores de carreira nos cargos de chefia. O INSS foi procurado para um posicionamento sobre as reivindicações do sindicato, e um retorno é aguardado.