
Centenas de pessoas, em sua maioria com mais de 60 anos de idade, participaram, na manhã deste sábado, em Porto Alegre, da 2ª Caminhada Segura, evento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) integrante do Maio Amarelo, movimento de conscientização para a redução de acidentes de trânsito. O público se concentrou na altura da Usina do Gasômetro e percorreu até a Rótula das Cuias, retornando em seguida ao ponto de partida. Além de aprenderem mais sobre os cuidados necessários nas vias, eles receberam atendimentos de saúde e receberam camisetas e alongamento antes da caminhada. O evento em geral foi marcado pela alegria e descontração.
“A relevância desta ação é fundamental, porque no ano passado, tivemos um aumento na letalidade no trânsito, com crescimento de 16%, o que não podemos permitir. Mesmo assim, há uma tendência histórica de redução na acidentalidade, de 200 mortes por ano há 20 ou 25 anos atrás para 70 agora, mas houve este aumento em 2024. Temos que criar a consciência nas pessoas na questão do comportamento, no sentimento e no modo de viver. Todos os acidentes têm uma série de fatores envolvidos, e por isso a campanha é educacional”, salientou o diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto.
O diretor científico do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS, Régis Mestriner, também presente no evento, disse que o aspecto da educação é transformador, e o trânsito também é responsabilidade de todos. O instituto foi parceiro da EPTC neste evento. “O cuidado é individual, mas é coletivo da mesma forma. Quando cada um entende que o trânsito é um espaço de convivência, e quando alguém desacelera em respeito ao mais vulnerável, a cidade inteira avança”, comentou.
Para o professor da PUCRS, há ainda uma mudança geracional e demográfica acelerada na sociedade. “Antes, tínhamos uma pirâmide etária em que as pessoas idosas representavam uma parcela relativamente pequena da população, e isto resultou em uma terminologia de terceira idade. Hoje em dia, quase não se usa mais este termo, mas falamos de envelhecimento ativo, porque as pessoas estão vivendo mais, e este viver requer mais cuidado e consciência de todos. As principais causas pelas quais as pessoas morriam mais cedo antigamente, hoje são plenamente evitáveis”, acrescentou.