Ministro do TCU defende adoção de governança na execução de projetos nos estados

Durante Tá na Mesa desta quarta, Augusto Nardes defendeu que RS deve renovar e inovar

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O Tá na Mesa desta quarta-feira, 14, teve como tema central o equilíbrio fiscal e contou com a participação do ministro do TCU, Augusto Nardes. O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, ressaltou a urgência de discutir o risco de colapso fiscal apontado pelo governo federal. “Estamos diante de um caos fiscal e econômico. Parece que há uma naturalização da imprudência, da inconsequência e da irresponsabilidade fiscal. Não é aceitável tratar como normal esse caminho rumo ao precipício”, declarou Costa.

O presidente da FEDERASUL também criticou a ausência de uma pauta estruturante no debate nacional. “O que se discute hoje agride a capacidade do brasileiro”, disse apontando que as temas atuais deveriam abordar a infraestrutura competitiva. O presidente considerou que as questões que envolvem os consignados, e o INSS, por exemplo, podem comprometer a capacidade produtiva do país.

Sobre a situação política do Rio Grande do Sul, o ministro do TCU Augusto Nardes afirmou que o RS perdeu o protagonismo no cenário nacional, classificando-o como um Estado “periférico”. Para ele, a retomada da liderança deve ser coletiva, e que o RS deve renovar e inovar. “Estamos chegando a um ponto em que o Rio Grande do Sul não tem mais saída. Ou inova, ou vai quebrar”, concluiu.

Entre os dados apresentados, o ministro destacou que, entre 2020 e 2024, o RS perdeu 40,6 milhões de toneladas em produção de arroz, milho, soja e trigo. O prejuízo para os produtores chega a R$ 106,6 bilhões, enquanto o impacto no PIB estadual alcança R$ 319,2 bilhões — o equivalente a 49% do PIB de 2023. Ele também chamou a atenção para o desequilíbrio previdenciário local: no Estado, há 10 aposentados para cada 7 contribuintes.

CENÁRIO

Nardes está no Rio Grande do Sul para acompanhar as ações de recuperação do Estado, após as enchentes, Ele é o relator do programa Recupera RS. Ao ser questionado sobre uma possível candidatura, afirmou que sua prioridade no momento é a reconstrução do Estado. No entanto, confirmou ter sido sondado por PP e PL para disputar o governo estadual ou uma vaga no Senado. “É natural que meu nome seja lembrado. Já estive à frente de seis mandatos”, comentou.

O ministro Nardes foi enfático ao afirmar que o Brasil enfrentará um colapso se não houver boa governança na execução de projetos nos estados. “Não vejo perspectivas para o país sem a revisão da governança. Em 2027, corremos o risco de colapsar economicamente. Minha missão, como técnico,  é apontar caminhos, mas quem decide é o governo. Se a liderança não assume a responsabilidade, o país quebra. Não podemos aceitar isso passivamente”, declarou.

Como medidas para garantir o equilíbrio fiscal, o ministro propôs: austeridade e controle de gastos; Aumento da arrecadação; Um arcabouço fiscal consistente; Gestão criteriosa de benefícios sociais; Tributação mais equilibrada; Regras para evitar supersalários no serviço público. Ele também considerou que o país terá dificuldades com a implementação da Reforma Tributária.