O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) revela que o estado do Rio Grande do Sul possui 8% dos municípios com classificação de alto desenvolvimento socioeconômico e a grande maioria (72,2%) com desenvolvimento moderado. Apesar do quadro favorável, é o único estado da região Sul a ainda registrar dois municípios – Redentora e São Valério do Sul – com a classificação crítica, a mais baixa do índice. Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados oficiais referentes ao ano de 2023, esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.
“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação as mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”, ressalta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de Emprego & Renda, Saúde e Educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Por meio dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores.
Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico; entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo; entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.
A análise mostra que, de 2013 a 2023, o IFDM médio dos municípios gaúchos avançou 18,1%, de 0,5716 para 0,6751 em 2023. Com isso, o estado manteve desempenho acima da média nacional (0,6067). O principal fator para essa evolução foi o IFDM Educação, que registrou alta de 31,3%, passando de 0,4879 em 2013 para 0,6407 em 2023. A vertente Saúde também teve papel relevante na melhora do índice geral. O IFDM Saúde gaúcho passou de 0,5668 para 0,6677 — o maior valor entre todos os estados brasileiros —, com crescimento de 17,8% ao longo da década estudada.
MELHORES DO PAÍS
O estado conta com 72 municípios entre os 500 melhores do país, dentre os quais 12 cidades estão no Top 100 nacional. Lajeado (0,8680), Campo Bom (0,8617), Ijuí (0,8600), Carlos Barbosa (0,8509) e Santa Rosa (0,8467) estão com as cinco melhores classificações no ranking gaúcho. Já capital Porto Alegre ocupa a 101ª posição no ranking estadual, com IFDM médio de 0,7515. Entre as capitais brasileiras, está na 12ª colocação. O destaque da cidade é o IFDM Emprego & Renda, com alto desempenho (0,9358), apesar de uma leve queda de 2,1% em relação a 2013.
Entre os dez municípios com os menores IFDMs do Rio Grande do Sul em 2023, dois deles — Redentora e São Valério do Sul —, nas últimas colocações, registraram desempenho crítico no IFDM Geral, com pontuação inferior a 0,4. Essas duas cidades são, inclusive, as únicas da região Sul a figurar entre os 500 menores resultados do IFDM no país.
O IFDM aponta que 47,3% das cidades brasileiras (2.625) ainda têm desenvolvimento socioeconômico baixo (2.376) ou crítico (249). São 57 milhões de pessoas vivendo nessa situação. Os municípios com desenvolvimento moderado são 48,1% (2.669) e aqueles com alto nível são apenas 4,6% (256). Os três mais bem avaliados pelo estudo são Águas de São Pedro (SP), São Caetano do Sul (SP) e Curitiba (PR).
A análise também mostra que 99% dos municípios analisados registraram avanço no índice geral entre 2013 e 2023. Com isso, a pontuação média brasileira no estudo é de 0,6067 ponto, referente a desenvolvimento moderado. As três vertentes do índice contribuíram para esse avanço, ainda que em ritmos distintos. O IFDM Educação teve o maior crescimento (+52,1%), passando de 0,4166 ponto em 2013 — quando era a variável com pior pontuação — para 0,6335 em 2023, tornando-se o componente de melhor desempenho.