Leão XIV é anunciado como o novo Papa

Foto: Vatican Media/Reprodução

O Vaticano anunciou nesta quinta-feira o nome do novo papa. O líder da Igreja Católica se chamará Leão XIV. O pontífice é o cardeal americano Robert Prevost, eleito conclave que terminou hoje.

Dois dias de votação

Os 133 cardeais, conhecidos como “príncipes da Igreja”, precisaram de dois dias para escolher um sucessor de Francisco, que liderou a Igreja por 12 anos com um pontificado reformista focado nos pobres e migrantes. O jesuíta argentino, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos, foi alvo de críticas dos setores mais conservadores, que agora pressionam por uma mudança mais focada na doutrina. O novo papa enfrentará inúmeros desafios internos, como a pedofilia na Igreja, a crise das vocações e o papel das mulheres, e externos, como conflitos, a ascensão de governos populistas e a crise climática.

Seu nome surge do maior e mais internacional conclave da história da Igreja, que reuniu 133 cardeais eleitores de cinco continentes e cerca de 70 países na Capela Sistina. Embora os detalhes da eleição permaneçam em segredo, a menos que o novo papa decida pelo contrário, a única certeza é que ele obteve pelo menos dois terços dos votos para ser eleito.

Sala das Lágrimas

Após sua eleição, a tradição determina que o papa recém-eleito entre na Sala das Lágrimas, localizada nos fundos da Capela Sistina, para poder chorar pela magnitude da tarefa que tem pela frente. Lá, ele veste sua primeira batina branca entre os três tamanhos disponíveis e, antes de ir à Loggia da Basílica para se apresentar, os cardeais lhe prometem obediência. Nos próximos dias, ele passará por uma espécie de posse papal, com uma missa celebrada diante de líderes políticos e religiosos do mundo todo. Ele também visitará a Praça de São Pedro no papamóvel pela primeira vez e fará uma homilia na qual anunciará suas prioridades.

Pastor ou diplomata

A eleição ocorre em meio a uma grande incerteza geopolítica, o que, segundo especialistas, foi uma questão fundamental na votação. Francisco criou 80% dos cardeais que participaram do conclave, mas isso não é garantia de continuidade de seu pontificado. A principal incerteza é se os cardeais escolheram um pastor ou um diplomata, um liberal ou um conservador, alguém formado na Cúria – o governo da Igreja – ou um desconhecido das periferias marginalizadas. O decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, pediu em uma missa prévia ao conclave pela “manutenção da unidade da Igreja” diante do momento “difícil, complexo e turbulento” que o futuro pontífice enfrentará.