Começa nesta terça-feira, 6, a primeira parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que vai definir a nova taxa de juros da economia brasileira, se mais alta que os atuais 14,25% ou não. Já na quarta-feira, 7, além da divulgação do resultado do comitê brasileiro há a expectativa sobre o resultado do distensionamento da guerra tarifária entre EUA e China.
Cada Banco Central está sob desafios diferentes: enquanto o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) está sob a incerteza das tarifas sobre o crescimento e a inflação na maior economia do mundo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil enfrenta o desafio da desancoragem das expectativas de inflação, índice vigente bem acima da meta, mercado de trabalho aquecido em meio a medidas fiscais expansionistas do governo brasileiro diminuir os efeitos do choque de juros do Copom iniciado em setembro do ano passado.
“O Copom vai cumprir a sinalização do último comunicado e subir novamente a taxa Selic. Resta saber se meio ponto percentual ou 75 pontos-base, para 14,75% ou 15%. Além disso, o mercado espera se o Copom vai comunicar ao menos mais uma alta da Selic, para a reunião de junho, ou se pode indicar que o aumento de quarta será a última desse ciclo”, comenta Leandro Manzoni, analista de Economia da plataforma Investing.com.
Nos EUA, segundo Manzoni, a manutenção da taxa dos Fed Funds no intervalo entre 4,25-4,5% é consenso entre os investidores. “A lupa estará na parte do comunicado referente à diminuição do balanço da autoridade monetária, que na prática significa a retirada de dinheiro do mercado e restrição financeira semelhante a uma alta de juros”, diz Manzoni.
A entrevista coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed, durante a quarta-feira, 7, será acompanhada pelo mercado em busca de pistas de quando vai retomar o ciclo de corte de juros. A abordagem cautelosa à condução da política monetária sob os efeitos das tarifas na economia dos EUA para não se precipitar tanto para um corte como para uma alta de juros está vencendo a ansiedade dos investidores para um corte rápido dos juros.