Assolado por uma tragédia climática iniciada em abril de 2024, com extensão ao longo do mês seguinte, o Rio Grande do Sul recebeu no ano passado R$ 39,3 bilhões em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor faz parte do pacote de socorro montado pelo Governo Federal, que somou mais de R$ 111,6 bilhões, utilizados para apoio emergencial dos atingidos e para a recuperação econômica do Estado.
Na avaliação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o apoio do Banco, que incluiu também medidas emergenciais para a reconstrução do estado, contribuiu para o crescimento de 4,9% do PIB gaúcho em 2024. ““Esse resultado ficou bem acima do crescimento do PIB nacional, que também foi expressivo, de 3,4%, superando todas as previsões dos analistas, do mercado, do boletim Focus, do Banco Central, e do Fundo Monetário Internacional (FMI)”, avaliou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
De junho de 2024 até 24 de abril deste ano, as medidas emergenciais do BNDES já destinaram R$ 32,4 bilhões à recuperação econômica do Rio Grande do Sul. O valor corresponde a 29% do total destinado pelo governo federal às medidas emergenciais (R$ 111,6 bilhões). Foram R$ 22,8 bilhões em financiamentos, R$ 4,3 bilhôes em crédito alavancado pela concessão de garantias e R$ 5,3 bilhões em suspensão de pagamentos. Ao todo, foram 89.581 operações, sendo 9.992 de crédito, 5.720 de garantias e 73.869 que tiveram os pagamentos suspensos.
A maior parte dos financiamentos atendeu micro, pequenas e médias empresas: R$ 14,2 bilhões aprovados em 9.443 operações, com R$ 10,5 bilhões já desembolsados. Nas 549 operações com grandes empresas, as aprovações somam R$ 8,6 bilhões e os desembolsos chegam a R$ 5,6 bilhões. Do total de crédito aprovado, R$ 17,5 bilhões foram destinados a capital de giro, R$ 2 bilhões a investimento e reconstrução e R$ 3,2 bilhões à aquisição de máquinas e equipamentos, em 7.077, 127 e 2.788 operações, respectivamente.
Em concessão de garantias, foram consumidos R$ 350,8 milhões, o que representa 68,51% do limite global, de R$ 512 milhões. Já a suspensão de pagamentos, beneficiou, principalmente, os clientes de operações indiretas, em 71.286 operações com juros equalizados, cujas parcelas suspensas somam R$ 4,1 bilhões, e 2.516 sem equalização, no valor total de R$ 353,3 milhões. Também tiveram o pagamento suspenso 67 operações diretas, totalizando R$ 801,8 milhões.
APOIO
Desde o início, o BNDES integrou os esforços empreendidos pelo governo federal para apoiar a reconstrução do estado. Por meio do programa BNDES Emergencial para o Rio Grande do Sul, o Banco disponibilizou recursos do Fundo Social (FS), vinculado à Presidência da República, para financiamento direto e indireto a clientes em áreas atingidas, com taxas de até 0,8% ao mês para MPMEs e de 1% para grandes empresas, na modalidade capital de giro, e de até 0,6% nas modalidades de investimento e reconstrução e de máquinas e equipamentos para.
Nessas regiões, o BNDES também suspendeu a amortização dos financiamentos contratados por 12 meses, contados a partir de maio de 2024, prorrogou o prazo dos contratos vigentes por até 12 meses, sem necessidade de elevar a taxa de risco de crédito.
Por meio do programa FGI Peac Crédito Emergencial RS, o Banco ofereceu garantias de até 80% do valor do crédito, que é limitado a R$ 10 milhões por operação. Para facilitar a concessão de financiamentos do BNDES, a Receita Federal prorrogou a validade das certidões fiscais dos contribuintes nas áreas com estado de calamidade pública decretado pelo governo gaúcho.