A superlotação nas emergências de Porto Alegre continua neste final de semana, e conforme o painel de acompanhamento da Prefeitura, vários hospitais apresentavam lotação acima de 100% neste domingo, além dos quatro pronto atendimentos clínicos da Capital apresentavam níveis de ocupação superiores a 150%. O caso mais crítico era na UPA Moacyr Scliar, com 341% de lotação, para onde muitos pacientes com suspeitas de dengue estão sendo encaminhados.
A zona Norte, onde está localizado este posto, é a região da cidade mais conflagrada pelo mosquito Aedes aegypti. Ao todo, 57 leitos de enfermaria adultos estavam ocupados, sendo a maior parte por pessoas com problemas respiratórios, e uma em cada seis, ou 17%, de pacientes de fora de Porto Alegre. O PA da Bom Jesus tinha 254% de lotação, também a maior parte com pacientes apresentando problemas respiratórios.
No Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul, pacientes psiquiátricos eram o estrato a ocupar a maior parte dos leitos. No local, pessoas disseram que o movimento no sábado havia sido ainda maior, e classificaram a lotação do domingo como “tranquila”. Alguns aguardavam na rua. “Eu vim aqui no sábado e fiquei cinco horas esperando um clínico geral, agora vim hoje e estou aguardando a minha esposa ser atendida há umas três”, disse um homem que não quis ser identificado.
Nos hospitais de alta complexidade, o Clínicas tinha 255% de superlotação na manhã deste domingo, com 44 leitos operacionais e 112 ocupados. Na Santa Casa de Misericórdia, a ocupação era de 225%, ou 63 ocupados para 28 operacionais. Já no Hospital São Lucas da PUCRS, a lotação contabilizada foi de 180%, ou 18 leitos ocupados por paciente ante dez operacionais.
Na próxima semana, deve ocorrer nova reunião da Secretaria Estadual da Saúde (SES) a respeito da mudança da gestão plena da saúde de Porto Alegre, da Prefeitura para o Estado, algo sugerido inicialmente pelo governador Eduardo Leite diante do cenário considerado caótico pela administração municipal, e aceita pelo prefeito Sebastião Melo.