A secretaria da saúde de Porto Alegre divulgou nota reforçando a orientação que em situações de urgência e emergência, a população busque diretamente hospitais ou prontos atendimentos. Nesses serviços, o atendimento é feito com base no Protocolo de Manchester, que classifica os pacientes por gravidade, e não por ordem de chegada — ou seja, casos mais graves têm prioridade, garantindo o cuidado a quem mais precisa.
A ocupação atual está acima da capacidade nos três prontos atendimentos e na UPA, que atende cerca de 30% de pacientes oriundos de outros municípios. Ainda assim, mais de 80% das demandas são casos leves, que podem ser atendidos em unidades básicas de saúde.
Porto Alegre, que concentra os serviços de alta complexidade do estado e atende diariamente cerca de 500 internações — metade delas de outros municípios —, está operando acima de sua capacidade. A ocupação dos leitos hospitalares já ultrapassa os 100% em alguns serviços, pressionando as emergências e comprometendo a segurança dos atendimentos. A média atual supera os 97%, e cerca de 43% dos pacientes internados vêm de outras cidades, sem a devida contrarreferência estadual, o que significa que não há mais margem para absorver a crescente demanda.
A média de espera nos três prontos atendimentos da capital gira em torno de três horas, com demanda variada de casos sintomáticos de dengue, respiratórios e gástricos. A Secretaria Municipal de Saúde já observa aumento na procura por leitos pediátricos, porém sem superlotação até o momento.
Superlotação
As emergências de Porto Alegre mais uma vez estão superlotadas nesta terça-feira, conforme o Dashboard das Emergências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Nos hospitais de alta complexidade, o Hospital de Clínicas (HCPA) apresenta nesta tarde 220% de ocupação em seus leitos adultos, com 101 preenchidos para 46 operacionais. Já na Santa Casa de Misericórdia, a taxa de lotação é de 214%, com 28 em operação e 60 ocupados.
O São Lucas da PUCRS e o Hospital Conceição também têm ocupação superior a 100%. Os leitos pediátricos do Hospital Restinga e Extremo-Sul estão 170 % ocupados, com 17 internações para 10 leitos disponíveis. O hospital em questão está com a emergência restrita a partir desta terça até o próximo dia 6 de maio, para limpeza periódica dos dutos de ar-condicionado, conforme normativa da Vigilância Sanitária de Porto Alegre. A pediatria do HCPA apresenta ocupação de 99%, com 76 leitos ocupados para 77 disponíveis. Nos quatro pronto atendimentos (PAs) clínicos, a situação é ainda mais crítica.
Em todos, a lotação é maior do que 169%, com destaque negativo para a UPA Moacyr Scliar, com ocupação de 288%, sendo 35% dos pacientes de fora de Porto Alegre. Na Cruzeiro do Sul e Bom Jesus havia 200% de lotação, enquanto na Lomba do Pinheiro o percentual é de 175%. Observando somente os leitos adultos no PA da Bom Jesus, havia ocupação de 357,14%, ou 25 solicitações de internação para sete camas disponíveis.