Professora teria lavado R$ 5 milhões em esquema de extorsão a empresários no Vale do Sinos

Polícia Civil identificou a participação de servidora estadual na organização criminosa que foi alvo da Operação Timeo na manhã de quarta-feira

Operação cumpriu 11 mandados judiciais em cidades do Vale do Sinos | Foto: PC / CP

Uma professora da rede estadual de ensino foi identificada pela Polícia Civil como integrante do grupo criminoso investigado na Operação Timeo, deflagrada na quarta-feira, contra crimes de extorsão e lavagem de dinheiro contra empresários do Vale do Sinos.

Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, a educadora teria movimentado cerca de R$ 5 milhões em contas bancárias usadas para disfarçar e “esquentar” a origem do dinheiro obtido ilegalmente, através da extorsão.

A residência da investigada foi alvo de mandado de busca e apreensão durante a ofensiva realizada durante a manhã, quando agentes cumpriram ordens judiciais em seis municípios. A professora é investigada por lavagem de dinheiro e, conforme a polícia, atuava como “laranja”, emprestando contas bancárias para movimentações da quadrilha.

A operação bloqueou judicialmente R$ 13,3 milhões em contas dos investigados e sequestrou criptoativos avaliados em R$ 260 mil. A investigação aprofunda a apuração sobre a rede de apoio usada pelos criminosos para ocultar valores extorquidos de empresários do ramo de compra e venda de veículos.

Além da descoberta, a Polícia Civil também confirmou a prisão de uma pessoa por posse ilegal de arma de fogo durante o cumprimento dos mandados. A investigação teve início em 2021 e mira integrantes de uma facção que cobrava “pedágio” de comerciantes da região, principalmente no ramo de revendas de automóveis, sob ameaça de ataques aos estabelecimentos. As vítimas da organização estão concentradas nos municípios de Estância Velha, Novo Hamburgo, Ivoti, Sapiranga e Portão.

Durante esta fase da Operação Timeo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão tendo como alvo 10 físicas e uma empresa, com conexões diretas a presos em fases anteriores da operação.

As ordens judiciais foram cumpridas em Novo Hamburgo (5), São Leopoldo (1), Portão (2), Cachoeirinha (1), Porto Alegre (1) e Imbé (1). Cerca de 60 agentes da Polícia Civil participaram da ofensiva.