Turismo nacional cresce 5,5% e fatura R$ 20,5 bilhões em janeiro

Setor deve se beneficiar do aquecimento da economia e do segmento corporativo ao longo do ano

Crédito: Divulgação/Embratur

Em janeiro, o Turismo brasileiro faturou R$ 20,5 bilhões, de acordo com a pesquisa Faturamento do Turismo Nacional, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O setor cresceu 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado, registrando recorde para o mês. De acordo com a federação, apesar do encarecimento do crédito em decorrência do aumento da taxa de juros, o Turismo nacional segue em um ritmo forte de crescimento. No entanto, o mercado de trabalho e o ganho real de renda precisam seguir aquecidos, já que são fatores fundamentais para a manutenção das programações de viagens a lazer.

Frente ao crescimento da economia em 3,4%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), espera-se um estímulo nos setores, impulsionando o turismo corporativo, com empresas já programando eventos, congressos e feiras ao longo do ano. Isto é, a dinâmica econômica do ano passado deve sustentar altas importantes durante 2025.

Com exceção das atividades culturais, recreativas e esportivas, que apresentaram leve recuo de 1,5%, todos os segmentos analisados no levantamento obtiveram crescimento anual. O destaque ficou por conta do segmento de  alimentação, que registrou alta de 9,2% e um faturamento de pouco mais de R$ 3 bilhões. O aumento nos preços de alimentos, como carnes, ovos e café, refletiu nos preços dos cardápios, gerando um efeito positivo no faturamento geral de bares, restaurantes e estabelecimentos similares.

As agências de viagens, operadores e outros serviços turísticos também registraram alta relevante, com crescimento anual de 9%, atingindo um faturamento de R$ 1,45 bilhão. O valor é o maior para o mês desde 2014, mesmo considerando a inflação acumulada no período, o que demonstra que a demanda no médio prazo continua presente. No segmento alojamento, houve alta de 7,8%, com um faturamento de R$ 3,2 bilhões — o maior nível de toda a série histórica. Nesse caso, além da demanda, o encarecimento também contribuiu para o resultado. Segundo o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), o setor registrou um acréscimo médio de 9,9% na diária.

BILHETES AÉREOS

Já a tarifa média dos bilhetes aéreos seguiu praticamente inalterada em comparação com janeiro do ano passado, indicando que a expansão de 7,5% no faturamento do transporte aéreo decorre, em grande parte, da forte demanda. O setor registrou R$ 5,3 bilhões em receita, sendo também um recorde para o mês. De acordo com a Agência Reguladora, o número de passageiros transportados foi o maior para o mês desde 2020. Por outro lado, a locação de meios de transporte, que vinha se destacando, apresentou variações mais modestas. Em janeiro, houve um aumento de 1,6%, com faturamento de R$ 2,6 bilhões. Contudo, nesse caso, é preciso considerar a base de comparação elevada: em janeiro do ano passado, o crescimento foi de 20,8%, e no mesmo mês de 2023, de 35,9%. A despeito da variação mais baixa, o faturamento alcançou o maior valor para o mês na série histórica.

O transporte aquaviário, por sua vez, registrou alta anual de 3,9%, com um faturamento de R$ 375 milhões. Por fim, o transporte rodoviário obteve alta de 2%, após recuo de 10,5% em janeiro do ano passado. O aumento médio nos preços das passagens de ônibus interestaduais pode ter contribuído para esse resultado, subindo 8,34% nos últimos 12 meses.

ESTADOS BRASILEIROS

As maiores variações foram observadas nos Estados de Goiás, com aumento de 11,8%; do Espírito Santo, com alta de 11,7%, e da Bahia, com elevação de 11,4%, beneficiados pela procura por praias e parques durante as férias escolares do começo do ano. O Rio Grande do Sul registrou um faturamento de R$ 867,4 mil no período pesquisado, uma queda de 5,7% na comparação com janeiro do ano passado. Já São Paulo, com o maior faturamento, de pouco mais de R$ 5 bilhões, apontou crescimento de 5,8%.

O Turismo em Santa Catarina cresceu 8,7%, fortemente influenciado pela desvalorização do real frente ao peso argentino. Essa conjuntura trouxe mais pessoas do país vizinho para o Sul do País. Para se ter uma ideia, no varejo, os supermercados catarinenses e gaúchos foram os que apresentaram as maiores variações no mês, de acordo com o IBGE.