O Monitor do PIB-FGV aponta estagnação na atividade econômica em fevereiro em comparação a janeiro, na análise da série com ajuste sazonal. Em comparação ao mesmo mês de 2024, o crescimento de fevereiro foi de 2,7%. A taxa acumulada em 12 meses até fevereiro foi de 3,1%. É o que revela o Monitor do PIB divulgado nesta segunda-feira, dia 17, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV\Ibre).
A estagnação apresentada pela economia em fevereiro, em comparação a janeiro, deve-se a um conjunto de fatores. Os crescimentos registrados na indústria e nos investimentos são compensados por retrações no consumo, na agropecuária e nas exportações. “O setor de serviços, por sua vez, ficou estagnado no mês, tal como o PIB. Estes resultados mostram que, apesar de alguns destaques positivos, há perda de força na economia, com retrações em componentes importantes do PIB. Apesar de um contexto desafiador, com maior incerteza externa e tendência de aumento da taxa de juros interna, a economia brasileira não registrou retração”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
Desde o trimestre móvel findo em novembro de 2024, o consumo tem desacelerado, embora ainda tenha apresentado crescimento de 2,7% no trimestre móvel findo em fevereiro. Esta redução do crescimento foi observada em todas as categorias de uso. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou forte crescimento, embora permaneça com a tendência declinante observada desde o terceiro trimestre do ano passado. Essa desaceleração do crescimento foi disseminada.
O desempenho negativo das exportações dos produtos agropecuários e da extrativa mineral foi o principal fator responsável pela retração das exportações. O crescimento de 15,2% das importações no trimestre móvel findo em fevereiro mostra uma reversão da trajetória declinante que vinha sendo observada. Isto deve-se ao expressivo aumento das importações de bens de capital, com destaque para as plataformas de exploração de petróleo. Em termos monetários, estima-se que o PIB no primeiro bimestre de 2025, em valores correntes, tenha sido de 2,203 trilhão de Reais.