
Cerca de 400 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul invadiram área de 1,7 mil hectares da CEEE Transmissão, vinculada à CPFL Energia, na cidade de Triunfo. A área, que a servia para plantação e tratamento de eucalipto para os postes. Segundo o movimento, a área está abandonada e sem cumprir sua função social. “As estruturas dos prédios e galpão estão degradadas e houve roubo de transformadores e fios de cobre”, destacam.
Marlon Rodrigues, que vive em um acampamento em Tupanciretã e integra a direção estadual do MST, afirma que após um ano das enchentes ainda não tiveram retorno do governo do Estado sobre o reassentamento das famílias que tiveram as casas e lavouras alagadas em Eldorado do Sul, assim como também aguardam do governo federal as soluções para o assentamento das famílias que estão há mais de 10 anos acampadas no RS.
Rodrigues informou que estão cadastradas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) 1.604 famílias que aguardam por assentamento. “Nós temos projeto de recuperação dessa área, através da agroecologia, que vai muito além da plantação de eucaliptos e criação de gado clandestino. E nossos assentamentos da região Metropolitana são exemplos da nossa capacidade de produção agroecológica”, afirmou.
Atualmente, o MST mantém cinco acampamentos montados no Estado, em Passo Fundo, Charqueadas, Tupanciretã, Hulha Negra e Encruzilhada do Sul. Até o momento, a CPFL Energia não se manifestou sobre a invasão.
Ocupar, para o Brasil alimentar
Com o lema “Ocupar, para o Brasil alimentar”, desde o dia 1º de abril já foram realizadas 23 ações em 10 estados, mobilizando cerca de 10 mil famílias reivindicando o direito à Reforma Agrária e fomento para a produção da agricultura familiar.