Em fevereiro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro brasileiro atingiu R$18,8 trilhões (158,1% do PIB), com aumento de 1,7% no mês, refletindo, principalmente, o acréscimo de 3,6% nos títulos públicos de dívida. Em 12 meses, o crédito ampliado cresceu 14,9%, com avanços de 16,9% nos títulos de dívida e de 11,4% nos empréstimos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Banco Central.
O crédito ampliado às empresas somou R$6,6 trilhões em fevereiro (56,1% do PIB), acréscimo de 1,9% no mês, ressaltando-se os avanços de 3,8% nos empréstimos do SFN e de 1,5% nos empréstimos externos. Em relação a fevereiro de 2024, o crescimento de 19,2% da carteira decorreu, principalmente, das elevações de 27,5% em títulos de dívida e de 18,6% nos empréstimos externos.
O crédito ampliado às famílias situou-se em R$4,3 trilhões (36,5% do PIB), com expansões de 0,4% no mês – reflexo do aumento de 1,8% nos empréstimos com outras sociedades financeiras – e de 12,5% em doze meses, refletindo, basicamente, o desempenho de 12,5% dos empréstimos do SFN.
ESTOQUE DE CRÉDITO
O estoque de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) somou R$6,5 trilhões em fevereiro, assinalando expansão mensal de 0,4%. Esse resultado decorreu dos incrementos de 0,5% no estoque de crédito às empresas e de 0,4% no destinado às familias, cujos montantes situaram-se em R$2,5 trilhões e R$4,0 trilhões, respectivamente. O ritmo de expansão em doze meses aumentou de 11,7%, em janeiro, para 11,8%, em fevereiro.
Por segmento, observadas as mesmas bases de comparação, os estoques de crédito apresentaram comportamentos distintos, com aceleração de 10,1% para 10,7% nas operações com pessoas jurídicas e desaceleração de 12,7% para 12,5% no crédito às pessoas físicas. O estoque de crédito com recursos livres em fevereiro, somou R$3,7 trilhões, assinalando estabilidade no mês e expansão de 11,3% em doze meses. O crédito livre para pessoas jurídicas aumentou 0,1% no mês e 9,8% em 12 meses, situando-se em R$1,5 trilhão. Esse resultado decorreu dos incrementos no capital de giro com prazo inferior a 365 dias dias (+7,9%) e na antecipação de faturas de cartão (+1,8%), atenuados pela redução nos financiamentos para aquisição de veículos (-0,7%).
O crédito livre às pessoas físicas atingiu R$2,2 trilhões em fevereiro, com estabilidade no mês e crescimento de 12,4% em doze meses. Esse resultado decorreu, principalmente, das diminuições das carteiras de cartão de crédito à vista (-2,2%) e crédito pessoal não consignado vinculado à composição de dívidas (-2,5%), contrabalanceado pelos incrementos em crédito pessoal não consignado (+1,4%), crédito consignado para beneficiários do INSS (+1,4%) e cartão de crédito rotativo (+2,6%).
O estoque de crédito com recursos direcionados somou R$2,7 trilhões em fevereiro, acréscimos de 0,9% no mês e 12,5% em 12 meses. O crédito direcionado às empresas cresceu 1,1% no mês e 12,2% em 12 meses, totalizando R$909,9 bilhões, enquanto o crédito direcionado às famílias somou R$1,8 trilhão, com avanços de 0,9% e de 12,6%, na mesma ordem.
JUROS
As novas contratações nominais de crédito do SFN atingiram R$575,5 bilhões em fevereiro. Nas séries sazonalmente ajustadas, as concessões aumentaram 1,7% no mês, com avanço de 2,6% nas operações pactuadas com pessoas jurídicas e recuo de 0,5% nas contratadas por pessoas físicas. Nos 12 meses acumulados até fevereiro, as concessões nominais cresceram 14,8%, com incrementos de 18,4% nas operações com empresas e de 12,1% nas pactuadas com famílias. As concessões médias diárias em fevereiro expandiram-se em 8,7% comparativamente ao mês anterior, ressaltando-se a ocorrência de dois dias útil a menos em fevereiro, comparativamente a janeiro.
A taxa média de juros das concessões aumentou 0,7 ponto percentual no mês e 2,6 ponto percentual em 12 meses, situando-se em 30,5% ao ano. Nas operações contratadas com empresas, a taxa média de juros atingiu 21,0% ao ano, com redução mensal de 0,4 ponto percentual e aumento de 2,1 pontos percentuais em 12 meses. Nas operações contratadas com famílias, as taxas médias de juros avançaram 1,2 ponto percentual no mês e 2,7 pontos percentuais comparativamente a fevereiro do ano anterior, alcançando 35,0% ao ano.
No crédito livre às famílias, a taxa média de juros atingiu 56,3% ao ano, com incrementos de 2,4 pontos percentuais no mês e de 3,6 pontos percentuais em 12 meses. Esse resultado foi determinado, basicamente, pela elevação das taxas de juros das operações de cartão de crédito rotativo (+9,6 pontos percentuais) e de crédito pessoal não consignado (+6,1%).
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de toda a carteira de crédito do SFN, situou-se em 22,4% ao ano em fevereiro, avançando 0,3 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual em 12 meses.
O percentual de inadimplência do crédito total do SFN, considerados os atrasos superiores a 90 dias, alcançou 3,3% da carteira em fevereiro, com aumento de 0,1 ponto percentual no mês e estabilidade em 12meses. O endividamento das famílias situou-se em 48,7% em janeiro (maior nível desde junho de 2023), com elevações de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior e de 0,9 ponto percentual em 12 meses. O comprometimento de renda aumentou 0,3 ponto percentual no mês e 1,5 ponto percentual em 12 meses, alcançando 27,3%, maior nível desde julho de 2023.