
A Polícia Civil de São Gabriel aguarda a finalização de laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para concluir o inquérito que apura a morte do menino Théo, de 5 anos, jogado de uma ponte pelo próprio pai. O crime ocorreu no dia 25 de março e causou comoção em todo o Estado.
De acordo com o delegado Daniel Severo, responsável pela investigação, o trabalho da Polícia Civil está concluído. “Meu trabalho está todo pronto. Estou apenas aguardando os laudos do IGP”, afirmou. Segundo ele, os documentos são essenciais para o envio do inquérito ao Judiciário.
A possibilidade de remeter o inquérito antes da chegada dos laudos não está descartada, mas o delegado considera que o ideal é aguardar. “Até pode, mas não deveria”, disse. Severo também explicou que solicitou a conversão da prisão preventiva em temporária de Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, para garantir prazo à investigação, com posterior pedido de conversão em prisão preventiva.
Questionado, em nota, o IGP informou que os laudos periciais estão em andamento. “Os laudos estão ainda em andamento e serão divulgados diretamente pela autoridade policial responsável pelo caso. Está em processo de finalização, porém não temos data definida”, disse o órgão.
Entenda o caso
Felber está preso desde a tarde do crime. Ele se apresentou à polícia horas após lançar o filho de uma altura de cerca de 10 metros, da ponte sobre o Rio Vacacaí. Segundo o delegado, o homem relatou que pretendia se vingar da ex-companheira, com quem rompeu o relacionamento em novembro. O término, segundo a investigação, teria sido o principal motivador do assassinato.
O casal havia se mudado para São Gabriel em 2020 para ficar próximo da irmã de Felber, mas, segundo o depoimento da mulher, a mudança resultou no afastamento dela da própria família. Além disso, ela também relatou insatisfação com problemas financeiros.
Mesmo com histórico possessivo, o único caso de violência registrado por ela contra o ex-companheiro ocorreu durante o período de mudança, quando ele chegou a quebrar bens dentro de casa. A mulher registrou um boletim de ocorrência online, mas optou por não dar continuidade ao processo.
Apesar da situação que motivou a mulher a dar fim ao relacionamento, a separação era vista por Felber como “imotivada e surpreendente”, o que lhe teria causado um grande “trauma”. Com término da união, a mulher e a criança se mudaram para Nova Hartz, no Vale do Sinos.
No sábado, dia 22 de março, Felber buscou o filho na casa da mãe, para passar alguns dias e comemorar com ele o seu aniversário em São Gabriel. Na noite de segunda-feira, dia 25, segundo a investigação, o homem tentou esganar a criança, mas o menino sobreviveu. Já no dia seguinte, Felber colocou o filho em uma bicicleta e circulou pela cidade, antes de levá-lo até o local em que o arremessou de uma altura de cerca de 10 metros.
Após cometer o crime, Felber mandou mensagens para familiares relatando o que havia feito. Em um dos áudios, disse à ex-mulher: “Fiz uma loucurinha agora. ‘Guenta’ o coração para o resto da vida”. Depois, ele almoçou normalmente e, cerca de uma hora depois, se apresentou à polícia.