Sete em cada dez empresários se sentem mal-informados sobre crédito para trabalhadores, aponta Abrasel

Pesquisa também mostroureceio com o comprometimento da renda dos funcionários

Crédito: Elevate/Divulgação

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que quase sete em cada dez empresários se consideram pouco ou nada informados sobre as condições, procedimentos e custos envolvidos no processamento dos descontos em folha da nova modalidade do Crédito do Trabalhador. Ainda segundo o estudo, a maior preocupação dos empresários é o comprometimento da renda dos funcionários, apontado por 78% dos respondentes. Em seguida, com 72%, está a dificuldade com os procedimentos em caso de demissão.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, explica que a gestão dos descontos na folha de pagamento já é complexa e que essa medida pode aumentar ainda mais a carga administrativa. “Estamos preocupados com os impactos que essa nova modalidade de consignado pode trazer para o nosso setor. Muitos empreendimentos usam serviços terceirizados de pequenos escritórios de contabilidade, enquanto outros realizam os procedimentos internamente. O desconhecimento ainda é generalizado”, afirma.

CONHECIMENTO

  • 79% já ouviram falar da nova modalidade;
  • 50% se disseram pouco informados sobre os detalhes da operação;
  • 18% disseram não ter nenhuma informação;
  • 25% avaliaram estar suficientemente informados;
  • 7% se consideram totalmente informados.

Além disso, 66% dos empresários acreditam que os funcionários também não estão bem informados sobre o assunto.

PREOCUPAÇÕES

Outras preocupações apontadas na pesquisa incluem:

  • Responsabilidade da empresa por intermediar os pagamentos (70%);
  • Dúvidas quanto ao procedimento para realizar o desconto em folha (62%).

A pesquisa permitia mais de uma resposta por participante.

Apesar das preocupações com os custos e implicações para bares e restaurantes, o crédito consignado pode trazer uma injeção de recursos e estimular o movimento no setor. Esse é um dos pontos positivos da medida, que pode impulsionar o consumo e fortalecer os negócios.

Segundo Solmucci, “a medida dá utilidade a uma parte do FGTS que tem acesso restrito e, ao representar uma garantia real, abre crédito para quem não tem acesso por falta de garantias. Esse crédito tende a ser mais barato devido à garantia e à competição entre bancos e financeiras. Os novos empréstimos que não tenham como destino a substituição de dívidas piores tendem a dinamizar a economia, favorecendo especialmente o nosso setor”.

(*) com R7