Nova greve dos municipários entra em vigor nesta terça-feira

Assembleia do Simpa | Foto: Fabiano do Amaral

A partir desta terça-feira, 1º de abril, uma nova greve dos municipários entra em vigor em Porto Alegre. A decisão foi tomada no dia 25 de março, durante assembleia conduzida pelo sindicato da categoria, e confirmada após discussões pouco produtivas com a administração de Porto Alegre. Na quarta-feira, dia 2, às 15h30min, haverá uma Assembleia Geral no Centro de Eventos Barros Cassal para decidir a duração da paralisação. Os municipários já haviam realizado o primeiro dia de greve em 20 de março, e vinham tentandonegociações com a prefeitura.

Cindi Regina Sandri, diretora-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), ressalta que a greve foi retomando a partir da avaliação da ausência de avanço da posição do governo municipal. “A greve é uma ferramenta legítima, autorizada inclusive pela própria legislação nacional, e nós não definimos essa ferramenta por vontade própria. Infelizmente, o governo municipal, por não nos apresentar nenhuma proposta para nossa pauta de reivindicações, nos leva a necessidade de, através da greve, fazer com que o governo se sinta pressionado para nos apresentar alguma questão concretamente”, diz.

A categoria exige respostas aos adiamentos feitos pelo governo do prefeito Sebastião Melo em relação à reposição da inflação nos salários e compromissos da negociação de 2023 ainda não cumpridos, como o pagamento das progressões e a parcela autônoma para os básicos abaixo do salário mínimo nacional. Questões como a qualidade da oferta de serviço para a população e a transferência para a iniciativa privada também estão entre as reivindicações da categoria. Os diretores do sindicato alegam ainda que “sucessivas datas-bases não respeitadas desde o governo do ex-prefeito Nelson Marchezan”. Segundo a categoria, em 2024 o prefeito Sebastião Melo também desrespeitou a Constituição Federal e não fez a revisão dos salários e do vale-alimentação pelo índice da inflação.

Além destas pautas, os municipários também reivindicam plano de saúde “insuficiente”, descredenciamento de hospitais e médicos; exigência de nomeação imediata em diversos cargos de concursos públicos vigentes (contratação de temporários em vez de chamar os aprovados) e repúdio à terceirização de serviços.

Na tarde do dia 25, a direção do Simpa esteve com o Secretário Geral de Governo da Capital, André Coronel, para tratar sobre o reajuste salarial e demais reivindicações da categoria. Porém, o encontro realizado a portas fechadas na Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio, na rua Siqueira Campos, frustrou as expectativas dos dirigentes sindicais.

“Não vamos aguardar para que haja uma situação de desmonte total da prefeitura municipal e transferência para iniciativa privada que cobra caro e oferece pouco, como a gente sabe, para a população de Porto Alegre”, diz Cindi.