O projeto do complexo aeroportuário chamado de AeroCITI, que ficará em Guaíba, deu mais um passo para sair do papel. Isso porque nesta segunda-feira o Governo do Estado entregou a escritura pública de doação do terreno onde o hub será construído e também o licenciamento de instalação (LI), que permite o início das obras. A expectativa da Aeromot, empresa que toca o projeto, é iniciar a construção ainda no segundo semestre de 2025 e começar a operar nos primeiros meses de 2027.
Além de ser um parque fabril para projetar e desenvolver aeronaves, o AeroCITI contará com cooperação de universidades para o desenvolvimento aeronáutico e uma pista de aeroporto, com 1.800 metros, com capacidade para suportar aeronaves de grande porte, incluindo modelos Boeing e Airbus operados no Brasil. A previsão é de um investimento inicial de R$ 200 milhões, com projeção de alcançar R$ 3 bilhões nas fases subsequentes, criando cerca de 1.500 empregos.
De acordo com o CEO da Aeromot, Guilherme Cunha, este será um projeto inovador, com o objetivo de desenvolver o Estado e retomar o protagonismo do Rio Grande do Sul na aviação. Ele ainda apresentou o primeiro projeto de aeronave que será desenvolvida no complexo, que será a primeira do mundo movida a etanol. “Será um marco criado em solo gaúcho. Temos este compromisso de transformar o AeroCITI em um dos maiores hubs industriais e levar o RS para outro patamar da aviação no Brasil e no mundo”, salientou Cunha.
O CEO contou ainda que mais de 20 empresas já participaram da criação do projeto e que, até o momento, foram investidos mais de R$ 50 milhões no AeroCITI. O governador Eduardo Leite salientou que, apesar de possuir também características de aeroporto, a pista do complexo será utilizada apenas em situações emergenciais, como a suspensão das operações no Salgado Filho em razão de enchentes, como ocorrido em 2024.
“Estamos falando de um investimento que nos coloca como referência no continente no setor de alta tecnologia. Não se trata apenas de uma fábrica de aviões, mas de uma plataforma que integrará várias empresas desta cadeia. Temos boas universidades aqui, mão de obra qualificada e criaremos um ambiente muito receptivo para o setor aeronáutico”, completou Leite.