
Durante esta sexta-feira e sábado, dias 28 e 29, Porto Alegre é sede de uma conferência que reflete sobre a economia solidária no Rio Grande do Sul. O evento, que acontece na Escola Mesquita, bairro Cristo Redentor, tem o objetivo de preparar, debater e definir propostas que serão levadas para a 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes), que acontece em agosto em Brasília (DF).
A etapa preparatória reúne 296 delegados, entre artesãos, costureiras, catadores, agricultores familiares, entre outros, que integram espaços associativos, cooperativas, bancos comunitários e redes de colaboração solidária nas mais diversas atividades. Essa conferência estadual acontece após 14 conferências municipais, que mobilizaram 58 municípios de oito regiões do Rio Grande do Sul.
As propostas debatidas neste evento servirão como subsídio para a elaboração do 2º Plano Nacional de Economia Popular e Solidária durante a 4ª Conaes, apontando políticas públicas para o setor. São eles: Análise da realidade; realidade socioambiental, cultural, política e econômica; produção, comercialização e consumo justo e solidário; financiamento, créditos e finanças solidárias; e educação, formação e assistência técnica.
Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), afirma ser necessário fazer um processo de renovação e relançamento da economia solidária no país. “Sendo uma instância democrática, nós vamos recolher as propostas, demandas, sugestões e projetos que vêm dos estados. Nós estamos em pleno processo de reconstrução, por isso a importância dessa conferência”, diz.
O secretário lembra que a Secretaria Nacional da Economia Solidária foi criada em 2003, apoiando os empreendimentos e as redes de economia solidária com formação e com financiamento, e funcionou ininterruptamente até 2016, quando houve uma ruptura. Em 2023, com o governo Lula, a secretaria começou a ser reconstruída, e apenas agora retomou as conferências da economia solidária.
Carvalho ainda ressalta que o Rio Grande do Sul é um dos estados no país que tem uma tradição forte de economia solidária, seja na agricultura familiar, seja no artesanato e na confecção, além de sediar uma das redes mais importantes que nós temos no Brasil que é a Justa Trama. “A economia solidária, além de permitir que as pessoas ganhem o seu pão, permite a vivência de um outro padrão de economia, onde o importante não é o lucro, o importante é a partilha, é o bem-estar, a realização e a sobrevivência digna das pessoas”.