Ata do Copom prevê alta menor da Selic em maio, diz BC

Documento, no entendo, não aponta se será a última

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O Banco Central entende que os dados econômicos referentes aos últimos meses seguem sugerindo uma “incipiente” moderação do ritmo de crescimento da economia brasileira —  um “elemento necessário” para redução das pressões inflacionárias. A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada e divulgada nesta terça-feira, 25.

Na ocasião, a taxa básica de juros da economia foi elevada de 13,25% para 14,25% ao ano — o mesmo patamar registrado entre 2015 e 2016, no auge da crise do governo Dilma Rousseff. No conteúdo do documento, o Copom vê a elevação da Selic como adequada contra a inflação. Segundo os membros da autoridade monetária, a terceira elevação consecutiva dos juros básicos da economia é adequada para segurar a alta dos preços. “Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, diz a ata.

“O Comitê segue avaliando que o cenário-base prospectivo envolve uma desaceleração da atividade econômica, a qual é parte do processo de transmissão de política monetária [alta dos juros] e elemento necessário para a convergência da inflação à meta. Os dados referentes aos últimos meses seguem oferecendo sinais sugerindo uma incipiente moderação do crescimento, em linha com o cenário-base do Comitê”, informou a instituição.

NOVA REUNIÃO

Para o encontro de junho, os diretores afirmam que a decisão futura vai depender da evolução da variação dos preços nas próximas semanas. Eles destacam que a definição dependerá das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Com relação à política econômica de forma mais geral, o aspecto mais ressaltado no documento foi a relevância da manutenção de canais de política monetária desobstruídos e sem elementos mitigadores para sua ação. O Comitê manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, o debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas.

O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade.