A Polícia Federal (PF) enviou à Justiça Federal, nesta sexta-feira, o relatório final do inquérito relacionado à Operação Mujahidin, deflagrada em conjunto com a ABIN e a Brigada Militar, para investigar o planejamento e promoção do terrorismo no Rio Grande do Sul. Um morador de Porto Alegre foi indiciado. Ele foi preso em dezembro do ano passado, e permanece no sistema penitenciário desde então.
Identificado nas redes sociais como “Daniel Abdallah”, o investigado tem 39 anos e trabalha em empresas de vigilância privada. Ele teria duas residências, uma na zona Norte de Porto Alegre e outra em Canoas, na Região Metropolitana.
De acordo com os policiais, o homem tem envolvimento com o extremismo islâmico desde 2023. Antes disso, ele teve passagens por grupos neonazistas.
A investigação teve início após a identificação de um perfil em rede social que fazia publicações promovendo grupos e líderes ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico. Além disso, foram encontradas postagens de ódio religioso, com foco principal na comunidade judaica.
Durante a investigação, foi constatado que o suspeito na Capital mantinha contato online com extremistas no exterior e demonstrava interesse em se unir a grupos terroristas. Além disso, segundo a PF, ele fez pesquisas sobre a realização de atentados, a fabricação de explosivos, e sobre vestimentas e equipamentos apropriados para a execução de atos terroristas.
Na casa do homem, foi apreendida uma grande quantidade de facas, machadinhas, simulacros de armas de fogo, armas de pressão, armas de airsoft, soqueiras, bastões, porretes, colete balístico, munições, material incendiário e gás de pimenta. Também foram encontrados diversos itens, como bandeiras, camisetas, flâmulas, vídeos, livros e revistas vinculados a grupos terroristas, além de materiais que promovem a supremacia da raça branca, o nazismo e incitam o extermínio do povo judeu.